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Por Redação O Sul | 29 de junho de 2017
Sem registro na agenda, o presidente Michel Temer se reuniu, na noite de terça-feira (27), com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes. A assessoria do ministro atestou que o encontro ocorreu na residência de Mendes, em Brasília, onde Temer jantou com ele e também com o secretário-geral da Presidência, Moreira Franco.
No jantar, teria sido discutida a sucessão na Procuradoria-Geral da República. A assessoria de Gilmar se limitou a dizer que o tema do encontro foi a “reforma política”. O jantar ocorreu em meio a ataques de Temer ao Ministério Público. Mendes fez o mesmo na quarta-feira (28) em sessão do STF que analisou possibilidade de rever acordos de delação premiada.
Participaram ainda da reunião ministros e homens de confiança do presidente da República, como Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência. Após o conhecimento da imprensa a respeito da ocorrência do encontro, o Palácio do Planalto confirmou a realização do mesmo, informando que a pauta foi a discussão da reforma política no Brasil.
Um dos aspectos mais “intrigantes” em relação à realização do encontro entre Temer e Mendes é que, embora não tenha sido divulgado anteriormente, ocorreu justamente às vésperas da escolha do nome de Raquel Dodge para substituir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cujo mandato termina em setembro.
Vale ressaltar que Raquel ficou em segundo lugar na votação dos procuradores para o cargo de comando da Procuradoria-Geral da República. Nos bastidores, conforme divulgado por setores da imprensa, o principal motivo do encontro entre Temer e Mendes seria o tema relativo à sucessão de Janot.
Por meio de uma nota, o Palácio do Planalto ressaltou que “o presidente Michel Temer teria marcado o jantar com o ministro Gilmar Mendes para implementar a discussão da reforma política, juntamente com ministros do governo que resolveram participar posteriormente”.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), afirmou não ver equívoco no encontro. “Não vejo equívoco quando as instituições independentes conversam, quando os presidentes de instituições independentes conversam. O Poder Judiciário é um poder independente do Executivo, assim como o Executivo é independente do Judiciário e também do Legislativo. Estamos num debate intenso sobre reforma política, eu fiz uma reunião grande, com mais de 40 líderes e presidentes de partidos para discutir reforma política”, declarou Eunício.