Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2017
Arthur, atingido por uma bala nos últimos dias de gravidez de sua mãe, Claudineia dos Santos Melo, na comunidade do Lixão, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio, está com um coágulo na cabeça devido aos ferimentos. Segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde, ele também está paraplégico e perdeu uma parte da orelha. No final da tarde deste domingo (2), o pai de Arthur, Klebson Cosme da Silva, comentou que houve uma pequena melhora do quadro.
“Segundo a médica, ele já não depende muito do aparelho para respirar”, relatou ele, que deixou a unidade no final da tarde deste domingo. Segundo familiares, Claudineia, que está internada no Hospital Moacyr do Carmo, ainda não sabe de tudo que aconteceu com seu filho.
O marido de Claudineia e pai do bebê contou que conseguiu falar com a mulher dele. Ela está consciente, apesar de continuar internada no CTI.
“Milagre”
Segundo o secretário municipal de Saúde, o ginecologista José Carlos Oliveira, o neném estar vivo é um “milagre”. Arthur foi internado no hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias.
“O Arthur já é um milagre de Deus. Eu estou percebendo que vai acontecer um outro milagre com esse neném. Um neném que está dentro da barriga, tomou um tiro que passou no pulmão, na medula, e esse neném não morreu, já aconteceu um milagre”, afirmou.
“O estado dele é gravíssimo e ele continua no CTI entubado, sendo drenado no tórax do lado direito e esquerdo. Não tem condições de fazer cirurgia agora, tem que melhorar o estado de saúde dele. Ele já fez uma transfusão sanguínea também”, explicou o secretário de saúde na manhã deste domingo.
Entenda o caso
Claudineia dos Santos Melo, que estava grávida de 39 semanas, estava indo ao mercado quando foi atingida na pelve.
A bala atravessou o tórax da criança e também atingiu parte da orelha, de acordo com boletim da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias.
Lúcida, Claudineia foi levada ao Hospital Moacyr do Carmo e foi levada para o centro cirúrgico, onde os médicos fizeram o parto. Logo após nascer, a criança foi entubada e levada para a UTI da unidade e diagnosticada com pneumotórax bilateral. Depois de novos exames, os médicos identificaram fragmentos ósseos no canal medular dorsal.
Depois do primeiro atendimento, o bebê foi levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, também na Baixada, para ser acompanhado por uma equipe de neurologia e outras especialidades.
A 59º DP (Duque de Caxias) está investigando o caso. Dois policiais militares prestaram depoimento. Eles disseram que estavam saindo da comunidade quando foram atacados a tiros. Eles contaram que não revidaram e, quando constataram que a gestante havia sido atingida, a levaram para o hospital.