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Por Redação O Sul | 14 de julho de 2017
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta sexta-feira (14) que as trocas de deputados na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados) são “do jogo político do Congresso Nacional”. Na quinta-feira, órgão aprovou um relatório que recomenda a rejeição da denúncia por corrupção contra o presidente, após parlamentares favoráveis à investigação serem substituídos.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Padilha argumentou que os deputados substituídos fazem parte de partidos que fecharam questão contra a denúncia. “Como havia alguns que não tinham facilidade de assimilar essa orientação partidária, eles foram substituídos. Colocaram-se outros que tinham colocação garantida, porque iriam lá responder conforme a orientação do partido.”
O ministro afirmou que a troca de integrantes da comissão pelas lideranças dos partidos está prevista no regimento interno da Câmara. “Absolutamente normal, do jogo político do Congresso Nacional”, disse.
Temer foi denunciado por corrupção pela Procuradoria-Geral da República. A suspeita é que ele fosse o destinatário de uma mala com R$ 500 mil entregue por um executivo da JBS a um ex-assessor. O Supremo Tribunal Federal instaurou inquérito, mas precisa de aval da Câmara para dar prosseguimento à investigação.
O primeiro passo da tramitação da denúncia na Câmara era passar pela CCJ. Desde que a denúncia chegou à Casa, partidos da base aliada do governo fizeram 26 remanejamentos entre os integrantes do colegiado, substituindo deputados que haviam indicado voto contra Michel Temer.
O troca-troca gerou protestos. Pelos cálculos do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), da oposição, se as mudanças não tivessem sido feitas, a CCJ teria aprovado um relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) que defendia o prosseguimento da denúncia por 37 a 28.
O relatório acabou rejeitado por 40 a 25. Na sequência, a CCJ aprovou o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que propôs a rejeição da denúncia contra Temer, por 41 votos a 24.
O relatório de Abi-Ackel, agora, será votado no plenário da Câmara, a quem cabe a palavra final sobre autorizar ou não o STF a analisar a denúncia contra o presidente. A votação está prevista para 2 de agosto, após o recesso parlamentar.