Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2017
Após encerrarem a batalha judicial por um tratamento experimental, os pais de Charlie Gard afirmaram nesta terça-feira (25) que querem que o bebê morra em casa, mas que o hospital Great Ormond Street, em Londres, na Inglaterra, cria obstáculos para que isso não aconteça.
“Estamos lutando contra as dificuldades que o hospital está colocando no caminho dos pais de terem um pequeno tempo [com o bebê] antes do ato final da curta vida de Charlie”, disse o advogado da família, Grant Armstrong.
O hospital informou à Alta Corte de Londres que Charlie não pode ser levado para casa. De acordo com uma advogada do Great Ormond Street, a entidade gostaria de realizar o desejo dos pais de Charlie, Chris Gard e Connie Yates, “se fosse prático”. Ela afirmou que o casal rejeitou uma oferta de mediação.
Documento divulgado pelo Great Ormond Street afirma que o equipamento de ventilação de que Charlie precisa só poderia ser fornecido em um hospital. De acordo com o texto, Charlie requer um tratamento “altamente especializado, que não pode ser simplificado”.
“O plano de cuidado precisa privar Charlie de toda a dor e precisa proteger sua dignidade. Ao mesmo tempo, precisa honrar os desejos de seus pais sobre suas questões em particular, especificamente o tempo e o lugar de seu falecimento”, diz o documento elaborado por advogados do hospital.
Na segunda-feira (24), os pais do menino, Chris Gard e Connie Yates, abandonaram a disputa para levar Charlie a um tratamento nos Estados Unidos e passaram a discutir com o hospital sobre como e quando as máquinas que o mantêm vivo serão desligadas.
Tribunais alegam que a ida aos EUA apenas prolongaria o sofrimento do bebê
O sofrimento do bebê de 11 meses, que tem uma condição genética rara que causa o enfraquecimento progressivo de seus músculos e danos cerebrais, causa comoção em todo o mundo. Figuras públicas como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o papa Francisco se manifestaram sobre o assunto.
Trump chegou a afirmar que os Estados Unidos ficariam felizes em ajudar Charlie e sua família. Na semana passada, um comitê do Congresso americano chegou a aprovar uma emenda para conceder o status de residente permanente para a criança e sua família, para que ela pudesse receber o tratamento no país.
Um hospital infantil ligado ao Vaticano também se manifestou, dizendo que estava em contato com a família para transferir o bebê para a Itália.
Outro caso
Conhecido nacionalmente após uma campanha que arrecadou R$ 3 milhões para o tratamento contra a atrofia muscular espinhal (AME), doença rara que paralisa a musculatura e leva à morte, o menino Joaquim Okano Marques completa 1 ano de idade.
A família de Ribeirão Preto (SP) realizou uma festa no sábado e diz ter muito que comemorar: depois de receber quatro doses do medicamento, importado dos Estados Unidos, o menino voltou a realizar movimentos que já havia perdido.
“Foi um presente de aniversário muito grande, porque A evolução está sendo gradativa. Não tão rápida, mas a gente já consegue notar a feição dele, um sorrisinho que ele já começa a esboçar. Como pai, é uma felicidade muito grande”, afirma Alexandre Marques, pai do garoto.