Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de julho de 2017
Um juiz britânico deu um ultimato nesta quarta-feira (26) para que os pais de Charlie Gard – o bebê de 11 meses portador de uma doença terminal – e o hospital em que ele é tratado cheguem a um acordo sobre a morte da criança.
Caso não haja consenso até meio-dia (8h em Brasília) desta quinta-feira (27), Charlie deve ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos, onde as máquinas que o mantêm vivo serão desligadas.
Nas últimas semanas, os pais de Charlie, Connie Yates e Chris Gard, travaram uma batalha judicial para tentar transferir seu filho Charlie para receber tratamento nos Estados Unidos.
A Justiça britânica, contudo, seguiu a recomendação dos médicos do Hospital Infantil Ormond Street, em Londres, e não autorizou a transferência por entender que ela apenas aumentaria o sofrimento da criança.
O caso chegou a ser levado ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que se recusou a acatá-lo, mantendo decisões anteriores de que é do interesse do bebê que os aparelhos sejam desligados.
Após a derrota nas cortes, os pais de Charlie lutaram para que ele pudesse morrer em casa, mas a equipe médica novamente se opôs, preferindo que ele morresse no hospital. A decisão judicial desta quarta-feira impõe uma data limite para que o impasse seja resolvido.
Para o juiz Nicholas Francis, da Suprema Corte, “é do interesse de Charlie ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos” caso não haja acordo sobre sua morte. A decisão frustrou os pais do bebê.
Charlie Gard sofre de um distúrbio genético raro que o impede de mover braços e pernas, além de respirar ou de comer por conta própria. Segundo os médicos que o atendem, ele não tem mais chances de recuperação.
O caso de Charlie causou comoção mundial. O presidente norte-americano Donald Trump se dispôs a ajudá-lo. Trump chegou a afirmar que os Estados Unidos ficariam felizes em ajudar Charlie e sua família. Na semana passada, um comitê do Congresso americano chegou a aprovar uma emenda para conceder o status de residente permanente para a criança e sua família, para que ela pudesse receber o tratamento no país.
Já o Hospital Menino Jesus, que pertence ao Vaticano, contatou o hospital onde o bebê está internado para saber se ele poderia ser transferido para Roma.
Outro caso
Conhecido nacionalmente após uma campanha que arrecadou R$ 3 milhões para o tratamento contra a atrofia muscular espinhal (AME), doença rara que paralisa a musculatura e leva à morte, o menino Joaquim Okano Marques completa 1 ano de idade.
A família de Ribeirão Preto (SP) realizou uma festa no sábado e diz ter muito que comemorar: depois de receber quatro doses do medicamento, importado dos Estados Unidos, o menino voltou a realizar movimentos que já havia perdido.
“Foi um presente de aniversário muito grande, porque A evolução está sendo gradativa. Não tão rápida, mas a gente já consegue notar a feição dele, um sorrisinho que ele já começa a esboçar. Como pai, é uma felicidade muito grande”, afirma Alexandre Marques, pai do garoto.