Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2017
A Coreia do Norte condenou nesta segunda-feira (07) as novas sanções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o país e ameaçou com represálias os Estados Unidos se os americanos mantiverem a sua “política hostil”.
“Cobraremos o preço devido aos Estados Unidos pelo seu odioso crime contra a nossa nação e o nosso povo”, diz o texto publicado pela agência estatal norte-coreana KCNA. No documento, o regime de Kim Jong-un considera que as sanções aprovadas no sábado constituem uma violação da sua soberania e do seu direito ao desenvolvimento. “Faremos uma ação justa e decisiva contra os Estados Unidos tal e como já advertimos”, continua o texto.
Um editorial do jornal estatal norte-coreano Rodong Sinmun, publicado no domingo, promete transformar os Estados Unidos em um “mar de fogo inimaginável”. “No dia em que os EUA se atreverem a incomodar nossa nação com armas nucleares e sanções, seu território continental será catapultado a um mar de fogo inimaginável”, diz o texto.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou, no sábado, uma nova rodada de sanções econômicas contra a Coreia do Norte, com o objetivo de bloquear as compras de elementos como carbono, ferro e chumbo feitas por Pyongyang, além de mariscos e outros produtos. Segundo os cálculos da ONU, sua entrada em vigor reduzirá em 1 bilhão de dólares (3,1 bilhões de reais) por ano a renda obtida pelo regime através do comércio exterior.
A efetividade dessas medidas depende quase totalmente da China, origem e destino de 90% das transações comerciais da Coreia do Norte. Pyongyang é objeto de sanções econômicas desde 2006, mas seu programa nuclear, longe de terminar, intensificou-se sobretudo com a chegada do jovem Kim Jong-un ao poder.
Washington, Seul e Pequim entraram em acordo, no domingo, quanto ao endurecimento das sanções. A China, contudo, disse que punir Pyongyang “não deveria ser o objetivo primordial”. Os chefes da diplomacia dos três países, além de outros 20, reuniram-se em Manila, nas Filipinas, no âmbito do encontro anual de ministros das Relações Exteriores da Associação das Nações do Sudeste Asiático, para o qual também foram convidados representantes da Coreia do Norte, Japão e Rússia.
Trata-se do único encontro multilateral em que participam todos os membros do chamado Diálogo dos Seis, suspenso desde 2009 e que buscava criar meios para uma resolução pacífica do conflito da península coreana.
O governo chinês afirmou que a situação na península coreana “atravessa uma conjuntura crítica” e defendeu a suspensão dos testes nucleares e de mísseis por parte da Coreia do Norte e das manobras militares conjuntas de EUA e Coreia do Sul. “Atualmente, é a solução mais realista e plausível”, afirmou.