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Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2017
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 316 milhões no 2º trimestre, informou a estatal nesta quinta-feira (10). O resultado representa uma queda de 14,6% em relação ao 2º trimestre de 2016 e um recuo de 93% na comparação com o 1º trimestre.
Trata-se do terceiro trimestre seguido de ganhos. No 1º trimestre, a petroleira tinha registrado lucro de 4,45 bilhões. Em 2016, a Petrobras acumulou prejuízo de R$ 14,8 bilhões, no 3º ano seguido de perdas.
Segundo a estatal, o resultado refletiu “as menores margens de derivados, a diminuição do volume vendido e redução das despesas operacionais”.
No acumulado no semestre, a Petrobras registoru lucro de R$ 4,7 bilhões, ante um prejuízo de R$ 876 milhões no mesmo período do ano passado.
No final de junho, a dívida líquida da Petrobras somou R$ 295,3 bilhões, ante R$ 300,9 bilhões no final de março e R$ 314 bilhões no final de 2016.
Produção em alta
A produção de petróleo da Petrobras no Brasil cresceu 5,6% no primeiro semestre ante o mesmo período do ano anterior, para 2,171 milhões de barris por dia (bpd), acima da meta prevista para o ano de 2017, de 2,07 milhões de bpd. O volume de petróleo produzido pela empresa nos primeiros 6 meses deste ano foi ainda 1,2% acima da média de extração registrada em todo o ano passado.
Já a produção total da Petrobras, que também engloba gás natural, no Brasil e exterior, cresceu 2,9% na primeira metade do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, para 2,791 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), também acima da meta prevista para todo o ano, de 2,62 milhões de boe/d.
Reestruturação e venda de ativos
Após a crise detonada pela Lava Jato e pela queda dos preços internacionais do petróleo, o endividamento líquido da Petrobras passou de um patamar de R$ 100 bilhões no final de 2011 e chegou a R$ 392 bilhões no final de 2015.
Para melhorar suas finanças, a estatal cortou investimentos e iniciou um programa de venda de ativos. O plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar mais US$ 21 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018.
A petroleira avalia a possibilidade de realizar ainda neste ano a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da sua subsidiária BR Distribuidora, líder de distribuição de combustível no Brasil, com cerca de 8 mil postos em todo o país. Há cerca de dois anos, o UBS avaliou a unidade de combustíveis da empresa em cerca de US$ 10 bilhões.
Nova política de preços
A Petrobras adotou uma nova política de preços para a venda de combustíveis e gás de cozinha. Desde julho, a estatal passou a fazer ajustes quase que diários na gasolina e no diesel em uma nova estratégia mais agressiva para reconquistar participação no mercado doméstico.
Em abril as importações de concorrentes da Petrobras chegaram a tocar os 419 milhões de litros, segundo a petroleira, o que em anos passados seria praticamente impossível, já que a empresa – que tem quase 100% da capacidade de refino do Brasil – mantinha os preços abaixo da paridade internacional.
Pela nova política da companhia, o preço do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) passaram a ser revisados também todos os meses.
Ações e valor de mercado
As ações da Petrobras fecharam em queda de mais de 2% nesta quinta-feira. No ano, os papéis acumulam queda de cerca de 12%, após terem acumulado ganhos de 121% no ano passado. Em valor de mercado, a petroleira está avaliada em cerca de R$ 179 bilhões, ainda bem abaixo da máxima histórica foi registrada no dia 21 de maio de 2008, quando a estatal atingiu na Bovespa valor de mercado de R$ 510,3 bilhões, segundo a Economatica. (AG)