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Brasil Odebrecht fornece à Operação Lava-Jato dados de contas que podem comprometer políticos

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Como os inquéritos da Odebrecht foram abertos ao mesmo tempo, em abril de 2017, seus prazos costumam vencer em dias próximos. (Foto: ABr)

A força-tarefa de Curitiba (PR) recebeu nesta semana uma quantidade considerável de documentos da Odebrecht que podem comprometer os investigados na Operação Lava-Jato.

Segundo envolvidos nas investigações, o material inclui extratos bancários de pagamentos a offshores no exterior destinados a políticos e novas planilhas com nomes de receptores de recursos ilícitos que ainda não apareceram. O material integra o MyWebDay, sistema usado no dia a dia da área de pagamentos de propina da Odebrecht, o setor de operações estruturadas, para fazer o controle interno dos repasses ilegais.

Na avaliação de procuradores mais do que corroborar dados da delação da empresa, o material pode abrir novos flancos de investigação que não prosperaram por causa da falta de provas. Na segunda-feira (07), a colunista Mônica Bergamo informou que o software ainda não tinha sido acessado pelo Ministério Público. A afirmação foi feita pelos procuradores à Justiça em resposta aos advogados do ex-presidente Lula, que solicitaram acesso ao material.

O programa ficava hospedado na Suíça e foi apagado quando a Lava-Jato ganhou força, em 2014. Nele estavam armazenadas planilhas com requisições e programações de pagamentos ilícitos, obras, valores e codinomes a eles vinculados, além de extratos e documentos enviados por operadores comprovando que os acertos foram realizados.

Ele foi desenvolvido pela própria empresa nos anos 1990 para uso interno, mas acabou como ferramenta de uso exclusivo do departamento de propina. Apesar de ter sido apagado, grande parte do material foi recuperada pelas autoridades suíças e entregue para a Odebrecht após a empresa conseguir esse direito na Justiça. Os dados foram um dos trunfos da empreiteira para fechar o acordo com os procuradores brasileiros.

Nas negociações foi acertado, porém, que só depois da homologação da leniência (espécie de delação premiada da empresa) pelo juiz Sérgio Moro é que o material seria cedido à força-tarefa. Apesar da validação ter acontecido em maio, os dados do MyWebDay chegaram à Curitiba somente na segunda semana de agosto, após a Odebrecht ser cobrada a entregar as informações.

Além desse material, a empreiteira também entregou novos dados recuperados do Drousys, o sistema usado pelos funcionários do setor de operações estruturadas para se comunicar com os operadores que geravam dinheiro ilícito e os responsáveis por fazer as entregas em espécie. O Drousys chegou a ser transferido para a Suécia com a eclosão da Lava-Jato. No entanto, os dados desse sistema estão com a força-tarefa desde março.

Para entender melhor as operações, o Ministério Público Federal pediu de ajuda de Fernando Migliaccio, ex-funcionário da Odebrecht que era o responsável pelo controles de pagamentos. Preso na Suíça, ele se tornou delator, mas não integra o grupo de 77 executivos que tiveram as negociações encabeçadas pela empresa. (Folhapress)

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https://www.osul.com.br/odebrecht-fornece-operacao-lava-jato-dados-de-contas-que-podem-comprometer-politicos/ Odebrecht fornece à Operação Lava-Jato dados de contas que podem comprometer políticos 2017-08-11
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