Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de setembro de 2017
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega fechou um acordo com o MPF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal para fornecer informações sobre as operações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para Mantega apresentar informações sobre o BNDES, as tratativas preveem que o MPF não pedirá a prisão do ex-ministro. O termo de compromisso ainda precisa ser homologado pela Justiça Federal de Brasília.
Não se trata de uma delação premiada, mas de um termo de compromisso. Na delação premiada, é preciso reconhecer que cometeu crime e fornecer informações, em troca de benefícios como a redução de sentença ou progressão de regime. Já o termo de compromisso não exige que se reconheça participação em um crime: basta fornecer informações para receber benefícios em contrapartida.
Operação Bullish
O acordo foi fechado entre Mantega e o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Bullish, deflagrada em maio deste ano. A PF (Polícia Federal) investiga fraudes em aportes concedidos pelo BNDES-Par (braço do banco que compra participações em empresas como forma de empréstimo) ao frigorífico JBS.
Os irmãos Joesley e Wesley Batista (donos do conglomerado empresarial JBS/Friboi), além de outros executivos do grupo, fecharam acordo de delação premiada com o MPF na Operação Lava-Jato. De acordo com Joesley, Mantega atuou para beneficiar a JBS no banco.
Em seu depoimento, o empresário acrescentou que, sem a “pressão” do ex-ministro, a JBS não teria conseguido empréstimo para comprar a empresa Swift Argentina. Uma CPI foi criada no Congresso Nacional para investigar repasses do BNDES.