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Brasil Para o presidente Michel Temer, os testes nucleares realizados pela Coreia do Norte retomam os temores dos livros de história

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O presidente disse ainda que o mundo vive atualmente no "signo da incerteza". (Foto: Reuters)

O presidente Michel Temer condenou nesta segunda-feira (04) os testes nucleares realizados pela Coreia do Norte e disse que eles “dão concretude a temores que parecem ter ficado nos livros de história”.

Em reunião com os presidentes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o peemedebista defendeu uma saída diplomática para o que chamou de “situação grave” e pregou a necessidade de um desarmamento nuclear.

“Nos preocupa a todos os recentes testes norte-coreanos. Os episódios dos últimos dias dão concretude a temores que parecem ter ficado nos livros de história. Hoje, é preciso encontrar saída diplomática para a situação tão grave”, disse. O presidente disse ainda que o mundo vive atualmente no “signo da incerteza” e que parece haver uma erosão de valores como o apego ao direito internacional e à crença no livre comércio.

“As incertezas da cena internacional também, convenhamos, se alimentam de continuadas tensões políticas”, destacou. Em declaração final, os países que integram o Brics condenarão os testes nucleares e revindicarão a abertura de um diálogo do país oriental com a comunidade internacional.

O presidente brasileiro pregou ainda a necessidade de encontrar uma solução negociada para a guerra na Síria e elogiou a atuação da Rússia na guerra civil. “Não estamos indiferentes, nem poderíamos, ao drama dos refugiados. Como afirmei nas Nações Unidas, no ano passado, fluxos de refugiados são o resultado de guerras, de repressão, do extremismo violento”, disse.

O presidente também destacou o esforço para se solucionar o conflito entre Israel e Palestina e disse que apoia a formação de duas nações com “fronteiras seguras e mutuamente acordadas”. “Não podemos nos acomodar diante de um problema que há tanto tempo é tão premente”, disse. Ele ainda manifestou preocupação com a crise na Venezuela e afirmou que ela “afeta diretamente os interesses do Brasil”.

“A situação é de instabilidade e de crise humanitária. É crescente o fluxo de migrantes e refugiados que chegam ao Brasil e a outros países vizinhos. Confiamos em uma solução pacífica para a crise, com pleno respeito à soberania venezuelana”, declarou.

Novo teste

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul informou que a vizinha Coreia Norte prepara um novo lançamento de míssil, após o teste nuclear com uma bomba de hidrogênio, no domingo.

“Nós continuamos a ver sinais de um possível novo lançamento de míssil, inclusive um míssil balístico de alcance intercontinental”, afirmou o ministro Chang Kyung-soo, de acordo com a rede britânica BBC.

A possibilidade do lançamento de um novo míssil pelo governo de Kim Jong-un é cogitada um dia após o anúncio da realização de seu mais potente teste nuclear até agora, com uma bomba de hidrogênio. Pyongyang provocou uma grande consternação na comunidade internacional no domingo ao executar o seu sexto e maior teste nuclear até o momento. A ação provocou um tremor de magnitude 6,3 no território norte-coreano.

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reúne nesta segunda-feira para discutir punições ao governo de Pyongyang e os Estados Unidos prometeram uma ação “esmagadora”, com uma resposta militar maciça se Kim Jong-un atacar.

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