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Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2017
A PGR (Procuradoria-Geral da República) decidiu que a posse da nova procuradora-geral, Raquel Dodge, será realizada no dia 18 de setembro, às 8h, na sede do órgão, em Brasília. Raquel vai substituir Rodrigo Janot, que deixará o cargo após quatro anos na chefia do MPF (Ministério Público Federal).
Inicialmente, a cerimônia estava prevista para começar às 10h30min, mas o horário foi alterado para garantir a presença do presidente Michel Temer, que tem uma viagem oficial programada aos Estados Unidos no mesmo dia. De acordo com a Procuradoria, a posse será presidida pelo chefe do Executivo.
Raquel foi indicada para o cargo pelo presidente a partir da eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República, que deu origem à lista tríplice enviada a Temer para subsidiar a sua escolha. Em julho, ela foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a um e uma abstenção.
Mestre em Direito pela Universidade de Harvard e integrante do Ministério Público Federal há 30 anos, Raquel é subprocuradora-geral da República e atuou em matéria criminal no Superior Tribunal de Justiça.
Quando ainda era candidata ao novo cargo, ela afirmou que o MPF deve não só “debelar” esquemas de corrupção como também cuidar de políticas públicas e atuar contra o chamado custo Brasil – entraves estruturais e econômicos do País.
Encontro com Temer
No mês passado, Raquel teve um polêmico encontro com Temer fora da agenda oficial do presidente. Cinco dias após a reunião, a sucessora de Janot na PGR afirmou que formalizou o pedido do encontro por e-mail, na véspera da sua realização.
Segundo nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da PGR, a solicitação foi feita por meio de endereço eletrônico da Procuradoria para o Palácio do Planalto.
Janot
Janot já definiu o seu futuro após o fim do segundo mandato à frente do Ministério Público Federal. Por vezes cotado para a disputa de cargos públicos, como o Senado ou o governo de Minas Gerais, Janot afirmou, por meio de nota enviada pela PGR, que pretende atuar no combate à corrupção na iniciativa privada.
No primeiro momento, ele retornará à função de subprocurador-geral, que exercia antes de ascender ao comando da Procuradoria, se preparando para uma futura aposentadoria. Quando passar para a inatividade como procurador, terá de cumprir um período de três anos de quarentena antes de se dedicar à nova função, período em que pode cumprir outro dos seus objetivos, o de publicar livros sobre a sua experiência na PGR. Janot já adiantou ter interesse de escrever duas obras: uma, mais geral, sobre a sua experiência; outra, mais específica, sobre os casos mais delicados, incluindo a JBS.
O atual procurador-geral pretende atuar em uma área empresarial conhecida como compliance, que planeja e aplica um conjunto de práticas para garantir a lisura do processo de uma organização, podendo incluir tanto as relações internas entre funcionários quanto as externas, como clientes, fornecedores e até o governo.