Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2017
O delegado da Polícia Federal Victor Hugo Rodrigues, da Operação Tendão de Aquiles, definiu os irmãos Joesley e Wesley Batista como “pessoas que têm a personalidade voltada para a prática reiterada de crimes”. O juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, expediu ordens de prisão contra Wesley e Joesley.
Wesley foi preso em casa, em São Paulo. O empresário foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, por volta das 7h40.
Joesley já está preso temporariamente por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, por suspeita de violação de sua delação premiada.
Na Tendão de Aquiles, os irmãos são investigados pelo uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado por ambos os presos e a Procuradoria-Geral da República.
Em nota, a PF informou que após a deflagração da primeira fase da operação, com intensa cooperação institucional com a Comissão de Valores Mobiliários, “policiais federais analisaram documentos, ouviram pessoas e realizaram perícias, trazendo aos autos elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas”.
Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime previsto no artigo 27-D da Lei 6.385/76, com penas de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
“Nós entendemos que é, sim, um caso de prisão preventiva dos dois irmãos, porque nós estamos diante de duas pessoas que são criminais confessos. Eles procuraram as autoridades e confessaram que corromperam centenas ou até talvez mais de mil servidores públicos e agentes políticos. Eles procuram as autoridades e se dizem arrependidos por esses crimes. Eles se comprometem a não mais praticar delitos e também ajudar na apuração desses crimes. Agora, as investigações comprovam que de um lado eles, depois de fechar o acordo de colaboração, continuaram praticando crimes, de outro parece que há provas que não foram apresentadas no acordo de colaboração”, disse.
“Então, tudo indica e o inquérito confirmou que nos estamos diante de pessoas que têm a personalidade voltada para a prática reiterada de crimes. Pessoas que já foram objeto de seis operações da Polícia Federal simultâneas não pararam de delinquir certamente não vão parar de delinquir com a sétima operação. A prisão preventiva ainda que seja uma medida dura é a única que consegue fazer com que cessem finalmente de cometer crimes.”
Com a palavra, Pierpaolo Bottini, que defende os irmãos Batista
“É injusta, absurda e lamentável a prisão preventiva de alguém que sempre esteve à disposição da justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos. O Estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça.” (AE)