Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Saímos pelo mundo em busca de nossos sonhos e ideais, embora sabendo que muitas vezes colocamos em lugares inacessíveis tudo aquilo que está ao alcance das mãos. Quando descobrimos o erro, começamos a achar que perdemos muito tempo buscando longe o que estava perto; e por isso nos deixamos invadir pelo sentimento de culpa, pelos passos errados, pela procura inútil, pelo desgosto que causamos.
Não é bem assim: embora o tesouro esteja enterrado na sua casa, você só irá descobri-lo quando se afastar. Se Pedro não tivesse experimentado a dor da negação, não teria sido escolhido como chefe da Igreja. Se o filho pródigo não tivesse abandonado tudo, jamais seria recebido com festa por seu pai.
Existem certas coisas em nossas vidas que tem um selo dizendo: “você só irá entender meu valor quando me perder – e me recuperar”. Não adianta querer encurtar este caminho.
O padre cisterciense Marcos Garcia, que vive em Burgos, Espanha, comentava: “às vezes Deus retira uma determinada benção para que a pessoa possa compreendê-Lo além dos favores e dos pedidos. Ele sabe até que ponto pode provar uma alma – e nunca vai além deste ponto.”
“Nestes momentos, jamais digamos que Deus nos abandonou. Ele jamais faz isto; nós é que podemos, às vezes, abandoná-Lo. Se o Senhor nos coloca uma grande prova, também sempre nos dá as graças suficientes – eu diria, mais que suficientes – para ultrapassá-la. Quando nos sentirmos longe do Seu rosto, devemos nos perguntar: estamos sabendo aproveitar o que Ele colocou em nosso caminho?”
No Japão, fui convidado a visitar Guncan-Gima, onde existe um templo zen-budista. Quando cheguei lá, fiquei surpreso: a belíssima estrutura está situada no meio de uma imensa floresta, mas com um gigantesco terreno baldio ao lado. Perguntei a razão daquele terreno, e o encarregado explicou:
– É o local da próxima construção. A cada vinte anos, destruímos este templo que você está vendo, e o reconstruímos ao lado.
“Desta maneira, os monges carpinteiros, pedreiros e arquitetos, tem possibilidade de estar sempre exercendo suas habilidades, e ensiná-las – na prática – aos seus aprendizes. Mostramos também que nada na vida é eterno – e até mesmo os templos estão num processo de constante aperfeiçoamento.”
Se o que você está percorrendo é o caminho dos seus sonhos, comprometa-se com ele. Não deixe a porta de saída aberta, através da desculpa: “ainda não é bem isto que eu queria”. Esta frase – tão utilizada – guarda dentro dela a semente da derrota.
Assuma o seu caminho. Mesmo que precise dar passos incertos, destruir e construir constantemente, mesmo que saiba que pode fazer melhor o que está fazendo. Se você aceitar suas possibilidades no presente, com toda certeza vai melhorar no futuro.
O Mestre Achaan Chah recebeu uma bela área de terra, para que pudesse edificar um mosteiro. Chah precisava viajar por algum tempo e deixou a construção a cargo de seus discípulos.
Quando voltou – cinco meses depois – nada havia sido feito. Os discípulos já haviam encomendado vários estudos aos arquitetos locais.
Um deles perguntou para Chah:
_ Qual dos projetos devemos levar adiante? Como devemos proceder para tomar a decisão certa?
Chah respondeu:
– Quando se quer o bem, os resultados são sempre bons.
Libertos do medo de errar, a decisão foi tomada e o resultado foi magnífico.
Enfrente seu caminho com coragem, não tenha medo da crítica dos outros. E – sobretudo – não se deixe paralisar por sua própria crítica.
Deus é o Deus dos valentes.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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