Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Atualmente há uma indignação seletiva com forte insistência em valores deturpados em que grande esforço é direcionado a propaganda ideológica – e, caso alguém se manifeste contrariamente, acaba por ser demonizado. Hoje vemos que há verdadeiro monopólio das virtudes: um grupo tudo pode, pois, junto com eles, anda a razão. Na verdade, a defesa de determinada ideia pode ocasionar a pior das contradições, não é mesmo?
Não é mais nenhuma novidade que há um grupo de pessoas que tem o hábito de mudar o sentido das palavras. Confundir boicote com censura é ferir aqueles que entendem a língua portuguesa. Censura, de acordo com os dicionários, nada mais é do que uma análise feita por um censor – quase sempre o Estado – com base em critérios morais e políticos para julgar a conveniência de sua liberação à exibição pública. O boicote social que estamos presenciando na mídia atualmente é uma ferramenta do livre mercado e um tipo de manifestação pacífica que envolve a prática da não realização de transações comerciais ou de ter relações sociais com um indivíduo ou empresa.
Quando o filme – financiado por meio de crowdfunding – do filósofo de direita Olavo de Carvalho foi boicotado por diversos diretores em um festival neste ano, a esquerda não se manifestou. Isso só prova que quem está fora do establishment de esquerda é tratado com obscurantismo e ignorância. Quando há exposições financiadas com dinheiro público em que parte da população opta por boicotar e, por meio das redes sociais, alerta outros possíveis espectadores do que poderiam encontrar nesse tipo de exibição, a manifestação contra esse “boicote ilegítimo” é permitida e defendida com unhas e dentes. Há um adendo ao seguinte detalhe: nada pacífica, como vimos o que ocorreu com um cidadão que quis documentar o ato de repúdio ao fechamento da exposição.
O que temos que deixar bem claro é que a população em geral está cansada desse financiamento excessivo com carência de prioridades proporcionado pela Lei Rouanet, que majoritariamente beneficia artistas amigos do governo como se todas as suas outras atribuições, como saúde, educação e segurança, estivessem sendo executadas perfeitamente.
Tanto na política como na arte, o Brasil passa por momento extremamente delicado, tomado pela inversão de valores, desorganização na manutenção de prioridades e formação de panelinhas que tentam, a qualquer custo, distorcer a realidade, buscando calar o outro com discurso de ódio e vitimismo. Felizmente, a sociedade tem reagido e isso só demonstra que o legítimo exercício da liberdade de expressão através do boicote têm surtido efeitos positivos.
Nina Mazzali da Costa – empresária e associada do IEE
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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