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Colunistas EPTC para quê?

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EPTC é responsável pelo atendimento dos acidentes de trânsito na capital. (Foto: ARQUIVO/Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Na época do fácil acesso aos meios de comunicação para expressar opiniões, um dos maiores problemas é a desinformação de quem opina livremente sem sequer saber do que está falando. Não entender do que se fala não é fato novo na sociedade, mas a velocidade e o número de atingidos são incalculáveis em relação a alguns anos atrás. Pois bem. Quem ainda não entendeu que desde 1998 o trânsito foi municipalizado e deixou de ser competência das polícias militares, deve buscar mais argumentos para ser parte colaborativa de discussão séria. Este artigo é uma resposta direta ao que escreveu o publicitário Rodrigo Leke Paim, em artigo publicado no último dia 26, neste mesmo espaço sobre o papel da EPTC em Porto Alegre.

Entender que o órgão de trânsito da Capital apenas aplica multas de trânsito e não possui outras atribuições é a clara manifestação do desconhecimento abissal do que disse o publicitário. Ainda assim, para que outras pessoas que têm o mesmo desconhecimento repensem, elucidamos alguns pontos importantes. Afinal, somos uma empresa pública que tem como dever atender aos cidadãos. Incluindo dar clareza total sobre nossas atividades.

Já em seu primeiro artigo, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) garante que o trânsito em condições seguras é um direito de todos e dever dos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito. Buscando garantir esse direito, a EPTC tem atuado de forma incansável. Um dos resultados é reconhecido internacionalmente: em 2016 – com dois anos de antecedência -, Porto Alegre atingiu a meta da ONU de redução do número de mortes no trânsito. Enquanto no Brasil a média de óbitos fica acima da casa de 20/100 mil habitantes, nossa cidade está com 6/100 mil habitantes. Esses números são semelhantes aos de países europeus como a Suíça. E lembrem-se: estamos desde 2010 reduzindo o número de vítimas fatais enquanto a frota de veículos sobe vertiginosamente a cada dia. Salvar vidas é a missão número um da EPTC.

Se reduzir as mortes no trânsito não é combater a violência urbana, então efetivamente a EPTC não tem finalidade. Vamos além: os agentes de fiscalização de trânsito fiscalizam e controlam os ônibus, táxis, aplicativos, transporte escolares, bicicletas, maratonas, protestos, eventos, bloqueios de vias, obras, acidentes de trânsito, semáforos, problemas em dias de chuva e temporal, carnaval, festas populares, animais nas vias públicas, engarrafamentos e, é claro, tratam dos milhares de desrespeitos às leis que parte da população realiza todos os dias no trânsito.

Não podemos mudar o comportamento individual de cada cidadão que é parte do trânsito. Mas podemos mudar a cultura daqueles que, alicerçados na desinformação, chamam de incompetentes servidores públicos que não pensam duas vezes antes agir para salvar vidas. A cultura do egoísmo e do jeitinho que reina no trânsito um dia acabará. E teremos orgulho em ser parte desse processo.

Parece, através do artigo, que ele ignora todos os projetos de educação pela mobilidade que a EPTC realiza todos os dias, com crianças, adultos e idosos e que são reconhecidos por meio do recebimento de premiação nacional. Seria interessante que o publicitário conhecesse nossa equipe de Educação que é parte desse processo. Em 2016, foram atendidas mais de 73 mil pessoas nas ações educativas da EPTC. Em 2017, no 10º Prêmio EPTC de Educação para o Trânsito, foram inscritos 757 trabalhos e 3.900 pessoas participando com os projetos. No III Seminário de Mobilidade Urbana – Porto Alegre para Pessoas, o número de participantes foi de 117 pessoas, fora quem acompanhou a transmissão ao vivo pela internet.

Quanto à comparação com o exemplar sistema catarinense, Florianópolis, que tem 250 mil habitantes, teve 61 mortes por acidentes com veículos em 2016. O dado dispensa a comparação com Porto Alegre. E, por fim, usar termos como “corrupção” e “sanguessugas” para se referir aos funcionários da EPTC é um desrespeito enorme. Hoje está fácil jogar na lama a reputação de uma empresa pública e de trabalhadores que prestaram concurso público e que se dedicam 365 dias na árdua missão de cuidar da mobilidade de Porto Alegre. Mas trânsito no Brasil é como futebol: todo mundo entende, todo mundo sabe as soluções.

Para não dizer que não concordamos em nada: Rodrigo Leke Paim, nós também queremos mais segurança pública. E, embora seja constitucionalmente responsabilidade do Estado e da União, agentes da EPTC têm atuado em ações conjuntas com Brigada Militar, Guarda Municipal e Polícia Civil.

 

Diretor de Operações da EPTC

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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