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Brasil O líder do governo no Senado criticou a juíza que deflagrou uma operação da Polícia Federal contra seus filhos e suas ex-enteadas

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A declaração causou mal-estar no governo. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse ter recebido como uma “agressão” a ele e à sua família a deflagração da Operação Anel de Giges, da PF (Polícia Federal), que na manhã dessa quinta-feira realizou buscas e apreensões nas casas dos dois filhos e de duas ex-enteadas do peemedebista, investigados por supostos desvios envolvendo a compra de um terreno superfaturado e fraudes em empreendimento com verbas da União. A ofensiva foi desencadeada por ordem da juíza Ana Emília Aires, da 4ª Vara Federal de Boa Vista, capital de Roraima.

“Recebo essa agressão a mim e a minha família como uma retaliação de uma juiza federal, que, por abuso de autoridade, já responde a processo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Tornarei público todos os documentos que demonstrarão a inépcia da operação de hoje”, declarou, em nota, o senador.

Na investigação, foi identificado o desvio de R$ 32 milhões dos cofres públicos, tendo como origem o superfaturamento na aquisição da “Fazenda Recreio”, localizada em Boa Vista e na construção do empreendimento Vila Jardim, do projeto Minha Casa Minha Vida no bairro Cidade Satélite, na capital.

Foram alvos de busca e apreensão e condução coercitiva os filhos de Romero Jucá, Rodrigo de Holanda Menezes Jucá e Marina de Holanda Menezes Jucá, e as filhas da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, Luciana Surita da Motta Macedo e Ana Paula Surita Motta Macedo.

O parlamentar chamou a operação de ‘mais um espalhafatoso capítulo de um desmando que se desenrola nos últimos anos, desta vez contra minha família’. “Como pai de família carrego uma justa indignação com os métodos e a falta de razoabilidade. Como senador da República, que respeita o equilíbrio entre os poderes e o sagrado direito de defesa, me obrigo a, novamente, alertar sobre os excessos e midiatização”.

“Não tememos investigação. Nem eu nem qualquer pessoa da minha família. Investigações contra mim já duram mais de 14 anos e não exibiram sequer uma franja de prova. Todos os meus sigilos, bancário, fiscal e contábil já foram quebrados e nenhuma prova. Só conjecturas”, afirma.

Lembrança

Ele ainda fez referência ao pedido do então procurador-geral da República Rodrigo Janot, em 2016, para que fossem presos ele, o então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP), por suposta obstrução de Justiça.

“Em setembro agora, por absoluta inconsistência jurídica, o inquérito foi arquivado. Desproporcional e constrangedor, esse episódio poderia ter sido evitado. Bem como poderia ter sido evitado o de hoje. Bastava às autoridades pedirem os documentos anexados que comprovam que não há nenhum crime cometido”.

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