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Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2017
A produção industrial recuou em seis dos 14 locais pesquisados em agosto, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira (10). As quedas mais intensas foram em São Paulo (-1,4%) e Rio Grande do Sul (-1,4%).
Considerando o conjunto do País, a indústria recuou 0,8% em agosto frente a julho, a primeira queda após quatro altas seguidas. O recuo, conforme pontuou o instituto, se deve ao patamar alto da base de comparação. Entre abril e julho, São Paulo registrou expansão de 7,1%.
Na comparação com agosto do ano passado, a indústria paulista, no entanto, registra alta de 6,6%. Nesse tipo de índice, é a maior taxa positiva desde janeiro de 2013 (7,3% na comparação com janeiro de 2012)”, ponderou o analista do IBGE Rodrigo Lobo.
Altas e quedas
Além de São Paulo e Rio Grande do Sul, registraram queda na produção industrial em agosto os Estados de Minas Gerais (-0,7%), Pará (-0,7%), Paraná (-0,4%) e Ceará (-0,1%). Conforme divulgado pelo IBGE no dia 3 de outubro, a produção industrial nacional teve queda de 0,8% em agosto.
Entre os outros oito locais pesquisados pelo IBGE, Santa Catarina registrou variação nula na produção industrial em agosto. Os demais sete locais, no entanto, tiveram alta. A maior elevação foi observada no Espírito Santo (7,5%), seguido por Bahia (4,9%), Amazonas (3,2%), Rio de Janeiro (2,4%), Pernambuco (1,8%), Região Nordeste (0,4%) e Goiás (0,4%).
O principal fator que explica a queda observada em São Paulo, segundo Lobo, foi o fim do processamento da cana de açúcar colhida no Estado, que se revertia na indústria alimentícia nos meses anteriores. São Paulo pesa 33% da estrutura industrial brasileira, enquanto o Rio Grande do Sul representa 7% dela. Somados, então, os dois Estados respondem por 40% de toda a produção do País. “A queda nestes dois Estados fez com que a produção nacional ficasse no campo negativo em agosto”, enfatizou Lobo.
Já no Rio Grande do Sul, a queda de agosto foi a terceira consecutiva, acumulando recuo de 4,5% nesse período. “Chama a atenção a paralisação para manutenção de uma unidade produtiva de celulose no estado neste mês”, observou o economista.
“Apesar de ter sido o quarto maior crescimento em termos de magnitude, o Rio de Janeiro teve o maior impacto positivo na produção nacional, tendo em vista a sua participação no conjunto da indústria”, destacou Lobo. Segundo ele, o desempenho do Estado fluminense foi puxado pela produção de veículos, derivados de petróleo e metalurgia.
Acumulado em 12 meses
“O indicador acumulado em 12 meses mostra oito dos 15 locais com taxas negativas, mas com maior dinamismo na passagem de julho para agosto. Isso mostra que essas taxas [mensais] estão ficando cada vez menos negativas e passando para o campo positivo”, ponderou o pesquisador.