Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2017
O FMI (Fundo Monetário Internacional) melhorou novamente as projeções para a economia do Brasil neste ano e em 2018. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) passou de 0,3% para 0,7% e, para o próximo ano, de 1,3% para 1,5%. As novas previsões constam em um relatório divulgado nesta terça-feira (10).
No documento, o FMI destaca que um desempenho forte das exportações e uma redução no ritmo de queda da demanda interna permitiram que a economia do Brasil voltasse a crescer no começo deste ano, após oito trimestres seguidos de queda. O fundo destaca ainda o bom desempenho da agricultura, que ajudou a puxar a alta de 1% do PIB no primeiro trimestre.
O fundo cita ainda como fator positivo a liberação dos saques das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). No segundo trimestre, o consumo das famílias ajudou a economia a registrar crescimento de 0,2%.
No entanto, a fraqueza nos investimentos e as incertezas políticas ainda são apontadas pelo FMI como dificuldades previstas para a economia em 2018. O relatório condiciona o aumento no ritmo de crescimento à aprovação de reformas econômicas e controle dos gastos públicos. “Uma restauração gradual da confiança – com reformas fundamentais para assegurar a sustentabilidade fiscal sendo implementadas ao longo do tempo – deve aumentar o crescimento para 2% no médio prazo.”
O FMI diz que a revisão de gastos “insustentáveis” deve incluir a reforma da Previdência, apontando ainda que essas são medidas “de primeira ordem” para restaurar a confiança e permitir o crescimento dos investimentos privados. O relatório cita ainda os esforços do governo para atrair investidores para o programa de concessões na área de infraestrutura, como forma de aliviar a pressão sobre as receitas públicas no curto prazo.
Estimativas
As projeções do FMI para a economia são publicadas a cada três meses. No relatório de janeiro, a previsão de crescimento para o PIB do Brasil era de 0,2% em 2017 e de 1,5% em 2018. Em abril, a projeção para 2017 foi mantida, mas a de 2018 passou para 1,7%. Em julho, as estimativas para 2017 e 2018 passaram para 0,3% e 1,3%, respectivamente.
Também em julho, o governo brasileiro manteve suas expectativas para o PIB em 2017 de crescimento de 0,5% – ou seja, com projeção pior que a do FMI. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a declarar que o crescimento seria ainda menor, mas voltou atrás. Em setembro, Meirelles disse que a economia brasileira deve iniciar 2018 crescendo a um ritmo superior a 2% na comparação com o ano anterior.
Já a previsão do mercado financeiro, segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, é de que o PIB cresça 0,7% em 2017 e 2,43% no ano seguinte. No final do primeiro semestre, o agravamento das turbulências políticas após a publicações de notícias sobre delações da JBS/Friboi envolvendo o presidente Michel Temer levou diversos analistas a revisar suas projeções para o crescimento da economia.