Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2017
O prefeito Nicola Gatta, da cidade italiana Candela, na região de Puglia, vai pagar até 2 mil euros (quase R$ 7,5 mil) para pessoas que queiram se tornar residentes do local. A iniciativa de Gatta é motivada pelo declínio populacional da cidade que, nos anos 1990, tinha mais de 8 mil habitantes – atualmente, são 2,7 mil.
A história é parecida com outra vila do país que chamou a atenção mundo ao oferecer o benefício, mas o chefe local teve de esclarecer bem as regras.
No novo caso, cujo pagamento também vale para estrangeiros, é preciso cumprir três requisitos principais.
A pessoa que resolver entrar na contagem de habitantes de Candela deve morar na cidade, alugar uma casa e ter um emprego com salário de, no mínimo, 7,5 mil euros por ano (pouco mais de R$ 28 mil).
“Nós não queremos pessoas reunidas aqui pensando que vivem das receitas da prefeitura, todos os novos moradores devem trabalhar e ter uma renda”, diz Stefano Bascianelli, braço direito do prefeito.
O valor do benefício varia de acordo com a família: 800 euros para solteiros; 1,2 mil para casais (R$ 4,5 mil); de 1,5 mil a 1,8 mil para famílias com três pessoas (de R$ 5,6 mil a R$ 6,7 mil) e mais de 2 mil euros para famílias de quatro a cinco pessoas.
Também podem ser oferecidos créditos relacionados a eliminação de resíduos urbanos, contas e creches. Até agora, seis famílias do norte da Itália já se mudaram para Candela e outras cinco se candidataram.
O prefeito espera que a cidade volte a brilhar e ser mais movimentada com essa ação. “Eu trabalho todos os dias com paixão e compromisso para trazer Candela de volta ao seu esplendor antigo”, disse Gatta.
Em maio deste ano, outra cidade italiana ofereceu o benefício para aumentar o número de moradores, mas as regras para se candidatar não ficaram muito claras e o caso repercutiu mundialmente. O prefeito Daniele Galliano, da cidade Bormida, teve de se explicar depois de toda a confusão, afirmando que o pagamento valeria apenas para italianos.
“Recebi 17 mil contatos no Facebook. Fiquei acordado até as 3h30 da madrugada para atender todas as demandas. Depois tive que fechar o perfil”, disse o prefeito.
“É uma iniciativa que já foi feita em 2014, mas não é aberta a todos: tem que ser cidadão italiano, ter uma renda familiar de 10 mil euros e se inscrever no concurso público que vai ser aberto.” O prefeito também tinha outra ideia: dar um bônus de incentivo de 2 mil euros para quem quisesse comprar uma casa na cidade. Foi daí que surgiu a confusão na imprensa.
“Não posso oferecer dinheiro às pessoas para viver aqui. Se fizesse isso, no dia seguinte haveria um mandado de prisão (em meu nome) no Tribunal de Contas.” A notícia viralizou e muitos meios de comunicação internacionais pintaram Bormida como um paraíso perfeito. Nos escritórios da prefeitura, houve um pequeno caos. “O telefone não para de tocar, todo mundo pedindo trabalho. Que é exatamente o que nos falta”, disse um funcionário.