Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2017
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente licenciado do PSDB, fez um apelo para permanecer no comando do partido até dezembro, quando os tucanos vão eleger uma chapa para a Executiva Nacional e o novo presidente. O pedido do senador mineiro foi feito ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em conversa entre os dois líderes nesta quarta-feira. Jereissati é o presidente interino do partido e tem pressionado o colega a abandonar o posto no PSDB. No encontro, Aécio se recusou a renunciar.
“Aécio acha que é um ponto importante para ele ficar na presidência até a convenção de dezembro. Ele alega que a renúncia definitiva seria quase uma confissão de culpa. Mas garantiu que não pretende exercer nenhum tipo de atividade partidária, que vai para Minas trabalhar full time em dois pontos: sua defesa e reanimar sua base. Se ele não retoma sua base, seu futuro está em jogo”, explicou Tasso após a conversa.
Há uma semana, Aécio foi enquadrado por Tasso e outros líderes do partido a abdicar do cargo de presidente da legenda. A pressão começou depois que o tucano retomou o mandato parlamentar com ajuda de 44 senadores, que barraram as medidas cautelares impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Os magistrados haviam decidido pelo afastamento do político e determinado seu recolhimento domiciliar noturno.
Na reunião. Aécio também apelou para que Tasso continue como presidente interino do PSDB até que seja realizada a convenção nacional tucana, em 9 de dezembro. Questionado sobre o pedido, Tasso disse que vai “consultar as bases”. “Aécio tomou a decisão dele. Eu vou tomar a minha. Estou consultando minhas bases e vou fazer o que for melhor para o partido”, afirmou.
Depois do encontro com Aécio Neves, Tasso se reuniu com alguns senadores e almoçou com 12 deputados alinhados com sua posição.
Pedido arquivado
O presidente do Conselho de Ética do Senado, senador João Alberto Souza (PMDB), arquivou na terça-feira um pedido de abertura de procedimento disciplinar contra o senador Aécio Neves. A decisão atendeu a um parecer da Advocacia-Geral da Casa.
O pedido de investigação no conselho foi protocolado pelo PT no final de setembro. O partido pediu que o colegiado avaliasse se o senador havia quebrado o decoro parlamentar. A solicitação foi baseada na denúncia apresentada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, segundo o qual Aécio teria recebido 2 milhões de reais não-declarados.
A Advocacia-Geral do Senado defendeu o arquivamento do pedido, alegando que uma solicitação semelhante já havia sido arquivada pelo conselho em julho, e não há, fatos novos.