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Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2017
A Uber apresentou uma proposta de R$ 10 milhões para patrocinar com o Carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro. A empresa, que atua no setor de transporte, foi a única a participar do segundo chamamento público da Riotur, que se encerrou na sexta-feira (27).
Desse valor, R$ 6,5 milhões seriam destinados às agremiações do Grupo Especial, sendo R$ 500 mil para cada, conforme prometido pelo prefeito Marcelo Crivella. O restante bancaria a estrutura dos desfiles da Estrada Intendente Magalhães, onde se apresentam as escolas dos grupos B, C, D e E.
A ideia da Uber é realizar o patrocínio via Lei Rouanet, algo que não estava previsto no primeiro chamamento e que, por isso, fez a oferta ser recusada. Com a mudança das regras, a proposta foi aceita, mas antes passará por uma comissão julgadora, disse o presidente da Riotur, Marcelo Alves, ao jornal Extra. Antes, a Ambev havia feito uma proposta de R$ 8,1 milhões, que foi aceita.
O curioso é que, recentemente, a prefeitura proibiu a Uber nas imediações do Rock in Rio. Na ocasião, a administração municipal alegou que se tratava de uma medida para estimular o uso do transporte público coletivo.
Regulamentação
Além disso, a Uber e demais empresas de transporte privado por aplicativo terão um embate importante em Brasília nos próximos dias. O Projeto de Lei 28/2017, que regulamenta a atividade, entrou em regime de urgência e deve ser votado no Senado na próxima terça-feira (31). O texto aprovado na Câmara prevê que esse tipo de serviço ganhe status de transporte público, obrigando autorização municipal e o uso de placa vermelha.
Por conta disso, as companhias passaram a fazer intensa campanha nos últimos dias, divulgando o número de motoristas que trabalham nela e o valor pago em impostos. Segundo elas, a atividade ficará inviável por conta da burocracia para se conseguir as licenças, e tratam o projeto de lei como uma tentativa velada de proibir o serviço.
Motoristas
Segundo a empresa, são mais de 500 mil pessoas ativas por mês – destas, 150 mil no Estado de São Paulo. A empresa ainda considera que sua atividade ficará inviável se o PL 28/2017 for aprovada na íntegra pelos senadores.
“Desde que começou no Brasil há 3 anos me perguntam quantos motoristas parceiros temos no Brasil. Estamos em um momento tão crítico que a gente vai divulgar esse número. Nossa maior preocupação é que a gente está falando não só dos 17 milhões de usuários brasileiros, mas de mais de 500 mil motoristas parceiros no Brasil que utilizam o aplicativo para gerar renda”, disse Guilherme Telles, diretor-geral da Uber no País.
A estratégia da empresa de revelar o número de motoristas no País é só mais uma na campanha que faz para pressionar senadores a mudarem o projeto de lei aprovado pela Câmara, em meio a um desespero pela iminência do serviço ser barrado. No início da semana, a Uber já havia divulgado que pagou mais de R$ 495 milhões em impostos no Brasil apenas neste ano.