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Brasil Grupo de extermínio aceitava pedidos pela internet para matar. Após as execuções, o grupo postava fotos das vítimas. A página já tinha 4 mil seguidores

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Polícia investiga quadrilha de Queimados, acusada de receber encomendas. (Foto: Reprodução)

A DHBF (Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense) investiga uma quadrilha de milicianos do município de Queimados (RJ), acusada de receber encomendas de assassinatos. O grupo de extermínio usava um perfil no Facebook, o Caçadores de Queimados, por onde recebiam, além de mensagens de apoio, pedidos de execução. Após concluírem o serviço, eles ainda publicavam as fotos das vítimas.

A delegacia conseguiu apurar diversos homicídios cometidos pela quadrilha, a mando de moradores. O delegado responsável pelo caso, Luís Otávio Franco, disse que os “clientes” do grupo costumavam ter suas demandas atendidas:

“(Os moradores) tiravam fotografias (das vítimas), passavam informações, o horário em que elas pudessem estar em determinado local e pediam que alguma medida fosse tomada, sabendo que essa medida seria a morte. (Após o contato), os elementos desse grupo matavam, tiravam fotografia dos indivíduos mortos e publicavam no grupo, como resposta aos moradores”, explicou o delegado.

Um dos moradores publicou na rede social elogios ao trabalho do grupo de extermínio e, em seguida, enviou a foto do próprio genro: “Muito bom! Estou torcendo para vocês passarem o rodo e me enviar (…) Ele está envolvido com o tráfico de drogas, já tentou matar a minha filha. Peço a sua ajuda. Ele tem que morrer”, pedia.

Os justiceiros de Queimados se declaravam “caçadores de gansos”, uma referência ao jargão policial, que classifica criminosos como “gansos”. Dispostos a executar traficantes e assaltantes, o esquadrão da morte ganhou seguidores. Antes de sair do ar – na última terça-feira, após a morte do policial militar Rafael Von Held, em Queimados – a página já tinha cerca de quatro mil participantes.

O perfil era administrado por um homem que se identificava como Anderson Souza. Mas, de acordo com a Polícia Civil, o nome era falso. O bandido alimentava a rede social com imagens de personagens de filmes de terror e textos que sugeriam ameaças. Numa delas, a foto do palhaço Pennywise, do filme “It: A Coisa”, é seguida da mensagem: “Quem perdoa é Deus, porque comigo vacilão roda”.

A DHBF já conseguiu prender um integrante da quadrilha. Ainda de acordo com o delegado, os moradores que encomendaram as mortes também serão responsabilizados pelos crimes:

“Já identificamos algumas pessoas que, efetivamente, induziram, instigaram e aplaudiram após o crime ter sido cometido”, disse o delegado.

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