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Mundo O Congresso dos Estados Unidos estuda regular a publicidade política nas redes sociais para conter informações falsas

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Lei de Anúncios Honestos propõe tornar o processo mais transparente. (Foto: Reprodução)

Semana sim, semana também o presidente Donald Trump critica o que chama de “fake news” (notícias falsas) em seu Twitter. De fato, estima-se que a população dos EUA afetada pelas notícias falsas representa 40% do total dos 310 milhões de pessoas que habitam o país. Mas uma investigação em curso nos EUA tenta descobrir se o conteúdo falso impulsionado por anúncios pagos nas redes sociais podem ter ajudado a elegê-lo.

Em exaustivas audiências no Senado ao longo desta semana, representantes de Facebook, Google e Twitter admitiram que as publicações de origem russa armazenadas em suas plataformas na campanha eleitoral são muito mais numerosas do que os gigantes tecnológicos tinham anunciado até antão. E como resposta, o Congresso discute se o governo deveria regular os anúncios políticos nas mídias sociais – como já faz com publicidade em televisão ou rádio. Uma solução bipartidária apresentada recentemente, a Lei de Anúncios Honestos, propõe, pelo menos, tornar o processo mais transparente – uma providência exigida por muitos que veem na propagação de notícias falsas uma ameaça aos próprios fundamentos da democracia.

Segundo o jornal The Washington Post, os robôs do Kremlin publicaram cerca de 80 mil notícias no Facebook entre 2015 e 2017 – vistas num primeiro momento por 29 milhões de americanos. No entanto, a empresa estima que, considerando o número de vezes que as informações foram compartilhadas, o total pode chegar a 126 milhões. Não por acaso, a expressão “fake news” foi escolhida como a palavra do ano pelo dicionário inglês da editora Collins.

“Está claramente provado, sem qualquer sombra de dúvida, que muitas contas foram criadas em redes sociais por interesses da Rússia e povoadas com informações destinadas a influenciar os eleitores nas eleições. O que permanece muito incerto é apenas a quantidade desta influência, ou seja, quantos eleitores foram convencidos a votar neste ou naquele candidato”, explicou ao jornal O Globo Ernest Sotomayor, da Universidade Columbia.

Brian Winter, vice-diretor da Americas Society, lembra que a eleição de 2016 foi decidida por menos de cem mil votos em Pensilvânia, Wisconsin e Michigan.

“É uma margem extraordinariamente pequena, e parece perfeitamente possível que anúncios políticos possam ter influenciado o resultado”, afirmou. “Penso que vamos olhar para trás como um período na História quando uma nova forma de comunicação, as mídias sociais, fez sua estreia, e nós, como sociedade, fomos incrivelmente pouco sofisticados sobre os riscos que ela representava.”

Criticado por não ter comparecido ao Senado – ele estava em viagem à China – o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou que duplicará o número de funcionários que trabalham com segurança de dados em 2018. “Proteger nossa comunidade é mais importante do que maximizar nossos lucros”, justificou-se numa carta aos acionistas: “Sou absolutamente sério no compromisso de combater mau conteúdo e maus atores”. A Google, por sua vez, admitiu pela primeira vez que publicou vídeos em que a Rússia estava por trás.

As duas gigantes serão sensivelmente afetadas caso a Lei de Anúncios Honestos seja aprovada. Segundo o projeto de lei, ela exigiria que as empresas de internet mantenham cópias de anúncios políticos, informações sobre os compradores e seu público-alvo e as taxas cobradas pelos anúncios – segundo o site “Politico”, um dos anúncios pagos por uma conta ligada à Rússia, comparando a candidata democrata, Hillary Clinton, a satanás, teria custado apenas US$ 1,10. O requisito seria aplicável a qualquer pessoa que gastasse US$ 500 ou mais em um anúncio político.

O fato é que a “guerra cibernética” – termo muito usado nas audiências no Senado – vem criando um clima de histeria no país. Desde o final de setembro, por exemplo, grupos de extrema-direita vêm circulando, em fóruns no Facebook e no Twitter, informações sobre uma suposta guerra civil que começaria hoje por causa da perseguição de grupos antifascistas aos eleitores de Trump. Para provar a facilidade de como notícias mentirosas se espalham pela internet, um grupo de democratas criou uma conta fake no Facebook de uma suposta organização política e pagaram US$ 20 para anunciá-la. O anúncio foi visto por 1.407 jornalistas e 1.369 servidores públicos em Washington.

A última edição da revista “Economist” vai além ao questionar se as redes não estariam afetando a democracia. Para Sotomayor, a resposta é sim.

“A diminuição da credibilidade nos meios de comunicação, tenha um impacto pequeno ou grande, fere o jornalismo. E se jornalistas honestos e profissionais passam a ser evitados ou se organizações de mídia responsáveis são rejeitadas pelos cidadãos e por seus leitores, então certamente isso tem um impacto negativo na sociedade democrática.”

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