Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O presidente Michel Temer começa hoje a minirreforma ministerial. À mesa palaciana, pedidos de partidos do chamado “Centrão” para abocanhar as pastas de Cidades (obras de saneamento e “Minha Casa, Minha Vida”), Relações Exteriores e Secretaria de Governo – todas do PSDB. Temer já barrou nomes. Ele avisou aos partidos que não quer ministro-candidato que o obrigue a fazer nova reforma em abril – prazo para desincompatibilização de quem vai disputar a eleição. Os potenciais candidatos são técnicos apadrinhados pelos presidentes dos partidos ou ex-mandatários que não vão concorrer.
“Centrão”
Os partidos do “Centrão”, os fiéis que seguraram Temer no cargo após duas denúncias da PGR (Procuradoria-Geral da República), são o PR, PRB, PSD, PP e PTB, dentre outros.
Interinos com “I”
Que não se animem também os secretários-executivos que estão ministros interinos. Alguns pedem para ser oficializados. Até eles rodam, segundo ministros palacianos.
Cota pessoal
Temer tem dito a próximos que quem mais fará falta é o amigo Aluizio Nunes, senador tucano e hoje chanceler do Itamaraty. Será uma perda pessoal, pois ele é da sua cota.
RP do Governo
O apetite da base é tamanho que apareceu partido interessado até no Ministério da Transparência e CGU (Controladoria-Geral da União), comandado hoje por interino. Embora não tenha verbas e cargos importantes como os outros, o pote de ouro ali é a tratativa de acordos de leniência, via AGU (Agvocacia-Geral da União), com as grandes empresas envolvidas na Operação Lava-Jato.
Mina de ouro
A pasta virou a “relações públicas” do Palácio do Planalto com as empreiteiras bilionárias que precisam limpar o nome no “SPC” do governo e voltar a disputar obras não menos bilionárias. A Transparência nas mãos de caciques partidários é uma potencial mina de interesses eleitorais em jogo na mesa do acordo. O leitor atento entenderá.
Dançou
A ministra dos Direitos Salariais – ops!, dos Direitos Humanos – Luislinda Valois, não deve ficar. Temer sequer a recebe, mesmo sob pedidos. Ela foi apadrinhada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), pelo ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e pelo então ministro da Justiça Alexandre de Moraes.
Turbinado
Apadrinhado pelo senador conterrâneo Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro do Turismo, Marx Beltrão (do mesmo partido) fica. Ele é candidato ao Senado em 2018 e forte concorrente a deixar em casa o padrinho – para alegria do presidente Temer, desafeto de Calheiros.
Satélites x drones
O Brasil está longe da vanguarda em segurança de operação de voos. Multinacionais do setor indicam que aeroportos de outros países recorrem a uma tecnologia para proteger seu espaço aéreo, por meio da qual um bloqueio via satélite neutraliza drones que coloquem o espaço aéreo da pista em risco – como no caso ocorrido no Aeroporto de Congonhas (SP).
No ar…
Procurada sobre o assunto, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) empurrou a responsabilidade para a Aeronáutica. Até o fechamento da Coluna, ontem, o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) não havia respondido.
Memorando
Líderes da tropa-de-choque do presidente Temer fizeram circular entre os deputados um estudo da Consultoria do Senado para tentar reverter uma tese: a de que quem votar a favor da reforma da Previdência correrá o risco de não se reeleger em 2018.
Volta ou não?
O estudo “Se votar, volta?”, do consultor Fernando Nery, analisa o desempenho nas urnas de deputados que votaram a favor da reforma da previdência de 1998 e concorreram à reeleição no mesmo ano. “Não encontramos evidências de que votos a favor da reforma tenham afetado positiva ou negativamente a probabilidade de êxito”.
Batalha
Gilberto Kassab, hoje ministro das Comunicações, assumiu a negociação para voltar ao ministério das Cidades (que comandou no governo de Dilma Rousseff). Mas o senador Romero Jucá (PMDB-RR) também quer a pasta para apadrinhado do PMDB.
Canhão
O Ministério das Cidades é o de maior interface com prefeitos. Em ano eleitoral, um canhão de votos.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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