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Ciência Leucemia tem remissão completa com novo tipo de terapia genética

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Na imagem, o Linfócito T. Na terapia genética, cientistas modificam essa célula de defesa para que ela aprenda a combater o tumor. (Foto: NIAID)

Estudo publicado na “Nature Medicine” mostra que pacientes com leucemia resistentes à tratamento — inclusive aqueles que já passaram por técnicas de terapia genética mais recentes — podem tentar um outro tipo de estratégia de modificação de genes para vencer o câncer. No estudo, a remissão completa com a nova terapia foi atingida em 73 por cento dos casos.

A terapia genética voltada para o sistema imunológico se prepara para ser um dos tratamentos mais promissores para cânceres hoje sem terapia. A estratégia básica funciona mais ou menos assim:

1) células de defesa são retiradas do organismo do paciente;

2) elas são modificadas geneticamente em laboratório para aprender a reconhecer o tumor;

3) as novas estruturas são injetadas novamente no organismo;

4) espera-se que o corpo tenha “aprendido” a reconhecer células cancerígenas.

A estratégia parece simples, mas na prática cientistas estão tentando todas as variações desse mecanismo para tentar vencer o câncer. A pesquisa publicada nesta segunda-feira (20) na “Nature Medicine” está tentando um mecanismo diferente: as células de defesa T são modificadas para atacar um novo tipo de estrutura presente nas células malignas: o antígeno CD 22.

Mecanismo similar à “chave-fechadura”

Um antígeno é uma estrutura presente nas células doentes que, por sua especificidade, deflagra uma resposta imune. Em um mecanismo similar à “chave-fechadura”, a célula imune (fechadura) se prende a essa estrutura (chave) e a “mata”. Nas terapias genéticas em curso hoje, a chave mais comum é o antígeno CD 19; no estudo da “Nature”, no entanto, foi utilizada a estrutura CD 22.

De acordo com o estudo, o problema de alguns tratamentos com a estrutura CD 19 é que os tumores simplesmente perdem essa estrutura ao longo do tempo — sendo a causa mais frequente de resistência ao tratamento. A pesquisa escolheu, então, o CD 22 (que é geralmente mantido após a perda do CD 19).

Como foi o estudo

Cientistas testaram o CART CD 22 (como é chamada a nova terapia), em 21 crianças e adultos, incluindo 17 que foram previamente tratados com imunoterapia por CD 19. A remissão completa foi obtida em 73 por cento dos pacientes, com 5 desses pacientes tendo sido previamente tratados com CD 19.

Segundo autores, a pesquisa é a primeira a estabelecer a atividade clínica de terapias dirigidas para o antígeno CD 22. Uma importância do estudo é justamente mostrar que existem outras opções, mesmo para os pacientes que já foram tratados com terapias genéticas inovadoras.

Nos pacientes em que a doença voltou, cientistas atribuíram a falha à baixa densidade do CD 22. O achado também mostrou a importância de uma presença maciça da estrutura para que o câncer seja mantido sob controle.

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https://www.osul.com.br/leucemia-tem-remissao-completa-com-novo-tipo-de-terapia-genetica/ Leucemia tem remissão completa com novo tipo de terapia genética 2017-11-21
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