Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2017
A juíza argentina Marta Yáñez, que investiga o desaparecimento do submarino ARA San Juan, declarou que ele poderia estar em meio de uma “missão de caráter confidencial” quando desapareceu na semana passada.
Isso contradiz a informação inicial divulgada pela Marinha, de que o submarino estaria realizando uma fiscalização sobre navios pesqueiros que estavam atuando ilegalmente.
Yáñez está levando adiante a investigação sobre o que teria ocorrido desde que a Marinha informou sobre o desaparecimento da embarcação, 48 horas após seu último contato.
“Estamos falando de uma embarcação de guerra e portanto não me aventuro a fazer outras considerações”, disse. Porém, como a causa foi denominada de “averiguação de ilícito”, abre-se a possibilidade de que a própria Marinha desconfie de alguma espécie de ataque.
A juíza, porém, reforçou que, enquanto não se encontrar a embarcação, é impossível seguir com as investigações. “Até o momento não estamos buscando responsabilidades nem fazendo acusações, mas isso não elimina que consideremos vários cenários. As responsabilidades podem ser múltiplas.”
Por enquanto, a única ação feita pela Justiça foi pedir um relatório completo sobre o estado do submarino pouco antes de partir da Terra do Fogo e depois “aguardar os informes oficiais da Marinha argentina”.
Em entrevista à rádio local “La Red”, a chefe do Tribunal Federal de Caleta Olivia, na província de Chubut (Patagônia), disse que não está descartado um ataque, hipótese já rejeitada pela Marinha argentina. A juíza sustentou que “não descarta nada” pois está começando a investigação e se trata de “um submarino que pode estar na zona de culminação da plataforma continental (área marítima que legalmente pertence ao país)”.
Outro ponto que terá que ser investigado é a condição em que o San Juan iniciou sua missão, que segundo explicou Marta Yáñez, “precisa ser informada pela Marinha”.
“Eu não quero deixar de ser lógica, e acho que a Marinha é a ultima interessada em deixar um submarino navegar que não esteja em condições; acreditaria na boa fé. Eu não posso pensar em fantasmas, mentiras, enganos e esconderijos”, prosseguiu.
Por último, sobre o pedido para receber as novidades da operação de busca, a juíza explicou: “Não pretendo que a cada três horas me digam ‘não há nada’, mas imediatamente que registrem algo, me façam um relatório de tudo que encontrem no lugar, aproveitando a tecnologia que temos”.