Por Redação O Sul | 8 de julho de 2015
O pesquisador Hiromitsu Nakauchi vai começar em agosto uma série de experimentos para desenvolver órgãos humanos em porcos, cujas células poderão ser utilizadas depois no tratamento de pessoas.
Nakauchi, professor nas Universidades de Tóquio (Japão) e Stanford (Estados Unidos), realizará os testes nos próximos meses com a ideia de poder utilizar suas descobertas na medicina regenerativa dentro de cinco a dez anos. Seu experimento vai usar iPS (células-tronco pluripotentes induzidas), que podem se transformar em qualquer tipo de tecido, para gerar os órgãos humanos. O primeiro passo será inocular as células iPS humanas que foram programadas para gerar tecido pancreático, por exemplo, em embriões de porco. Esses, por sua vez, foram modificados para que fossem gerados sem pâncreas.
Em seguida, o embrião será implantado em uma fêmea de porco e espera-se que o filhote nasça com um pâncreas humano graças às iPS. Nakauchi já conseguiu fazer com que um porco programado para não ter pâncreas nascesse com um, mas que, no entanto, foi gerado a partir de células iPS suínas. Para o cientista, esta técnica não seria utilizada para realizar transplantes completos de pâncreas, mas para o transplante de células pancreáticas, uma técnica mais simples que é utilizada atualmente em pacientes diabéticos. Uma vez transplantadas, essas células podem começar a produzir insulina, a substância responsável por regular o nível de açúcar no sangue.
Os experimentos de Nakauchi são similares aos de outro cientista, o bioquímico espanhol Juan Carlos Izpisúa, do Instituto Salk de La Jolla, nos EUA, que está fazendo estudos para introduzir células-tronco humanas em embriões de porco e obter outras células que possam ser usadas em transplantes.
