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Brasil A Operação Lava-Jato pressionou a empreiteira Andrade Gutierrez a delatar o filho de Lula

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Um dos erros dos advogados foi não instruir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para contestar, objetivamente, as razões de sua condenação. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Sem Gamecorp, Lulinha e teles, não tem acordo. Foi esse recado, dito sem rodeios, que negociadores da Andrade Gutierrez receberam de procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba neste mês.

O grupo Andrade Gutierrez é um dos controladores da Oi, operadora de telefonia que investiu R$ 82 milhões na Gamecorp, empresa que tem entre os seus sócios Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o filho mais velho do ex-presidente Lula.

O que os investigadores querem saber é por que a Oi colocou os R$ 82 milhões na Gamecorp, depois rebatizada de PlayTV, numa época em que a operadora acumulava prejuízo atrás de prejuízo e a empresa de Lulinha não dava retorno. A Oi está em recuperação judicial desde junho do ano passado, com dívidas de R$ 63,9 bilhões.

A Andrade Gutierrez foi uma das primeiras empresas a fechar acordos de delação e de leniência com procuradores da Lava-Jato, em 2015, após aceitar pagar uma multa de R$ 1 bilhão.

Investigações de procuradores e da PF (Polícia Federal) descobriram depois que a empresa omitira uma série de crimes em seu acordo. Entre eles estavam o suposto pagamento de suborno ao senador Aécio Neves (PSDB), por conta da obra da Cidade Administrativa quando ele era governador de Minas, e ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – o que ambos negam enfaticamente. A delação de executivos da Odebrecht também apontou lacunas no acordo da Andrade Gutierrez.

Sérgio Andrade, que preside o conselho do grupo e não participou do primeiro acordo sob alegação de que estava fora da administração desde 2007, foi citado como negociador de acertos em obras do setor elétrico e suposto pagador de propina a Aécio, o que o senador refuta.

São essas suspeitas que a empresa sanaria na complementação do acordo fechado em 2005, chamado pelos procuradores de “recall”. A principal dúvida é se Sergio Andrade acertou pagamentos à Gamecorp para facilitar o acesso à cúpula do PT e a Lula.

A suspeita é que Andrade Gutierrez teria feito isso justamente por causa de sua ligação histórica com Aécio Neves e com sua família, pelo fato de ser a principal empreiteira de Minas Gerais, onde foi fundada em 1947.

O substituto de Sergio Andrade na presidência do grupo, Otávio Azevedo, que foi preso e participou do acordo de delação de 2015, contou que o investimento feito na Gamecorp seguiu critérios de mercado, e não políticos.

A Telemar, antigo nome da Oi, investiu R$ 5,2 milhões na Gamecorp em 2005, um ano após a empresa ter sido criada com um capital de R$ 10. Posteriormente foram feitos pagamentos à Gamecorp por outras empresas ligadas à Oi, como a Oi Móvel e a Telemar Internet.

A Gamecorp é responsável por um canal de TV que era inicialmente sobre videogame e depois passou a tratar de cultura pop, o PlayTV. Há suspeitas também de que a fusão e compra da Brasil Telecom pela Telemar em 2008 teve irregularidades e que o investimento público teve suborno como contrapartida.

Para que o negócio desse certo, o Banco do Brasil e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) tiveram de investir R$ 6,8 bilhões na nova empresa de telefonia, a Oi, criada na segunda gestão de Lula à frente da Presidência. O argumento de Lula para justificar o investimento é de que o País precisava de uma empresa de telecomunicações de porte, uma “supertele”, para fazer frente aos grupos estrangeiros.

A dívida da Oi, de R$ 63,9 bilhões, revela o tamanho do desastre que foi a fusão dessas duas empresas. Dois especialistas em teles dizem que, se a Oi for arrastada para a Lava-Jato, a empresa pode quebrar por causa da reação dos bancos, que cortariam o crédito.

Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o filho mais velho do ex-presidente Lula. (Foto: AG)

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