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Por Redação O Sul | 27 de novembro de 2017
São Paulo é a cidade com melhores condições para abertura de empresas ou expansão de negócios no País. Seguida por Florianópolis (SC), a capital paulista lidera pelo terceiro ano consecutivo o Índice de Cidades Empreendedoras – ICE 2017, elaborado pela Endeavor, cujos dados foram antecipados ao Valor.
Além de ser a principal economia do País, São Paulo lidera por conta de quesitos como infraestrutura e acesso a capitais. Florianópolis se fortaleceu como destino de investimentos por oferecer mão de obra qualificada e qualidade de vida. Vitória (ES) melhorou indicadores e Avançou dois níveis na lista, para a 3ª colocação. As surpresas vieram no 4º e 6º lugares, ocupados respectivamente por Curitiba e Rio de Janeiro. A capital paranaense subiu 11 posições em relação ao ano passado.
“Há um movimento no Estado do Paraná para promover os negócios. Os resultados são notados em cidades como Curitiba, Maringá e Londrina”, destaca Marco Mazzonetto, coordenador da Endeavor no Paraná. Já o Rio de Janeiro liderou o pilar de inovação, melhorou alguns indicadores e avançou oito posições no quadro geral, apesar da crise que vive.
A Endeavor analisa o ecossistema brasileiro para o empreendedorismo desde de 2014, quando começou a divulgar o ICE. O estudo traz rankings de desempenho por temas e faz análises regionais. O lançamento da pesquisa deste ano foi pragramado para acontecer durante o evento anual da Frente Nacional dos Prefeitos, em Recife (PE). O objetivo era sensibilizar os gestores em uma época próxima ao início ou renovação de mandatos. “Os prefeitos eleitos terão tempo para implementar melhorias até 2022”, comenta Lipkin.
Para ele, está claro que o ambiente de negócios precisa amadurecer para que o País avance. “A solução começa nas cidades”, aponta. Os gestores públicos municipais, diz, estão mais próximos dos cidadãos e podem agir para fomentar o empreendedorismo. Uma das atitudes mais eficientes – e que não requer grandes investimentos – é reduzir a burocracia. Entre os fatores de melhora, Lipkin destaca o ambiente regulatório.
Embora ainda longo, o tempo médio para abrir uma firma, hoje de 62 dias, “vem sendo reduzido ano após ano”. Entre as cidades, ele destaca Fortaleza (CE), que atuou na racionalização e digitalização de processos e subiu 27 posições no pilar de regulamentação, liderado neste ano por
Joinville (SC). “Além de mais ágeis na abertura de empresas, as cidades melhor colocadas no ambiente regulatório promovem mudanças em quesitos como custos dos impostos e complexidade tributária”, informa.
Segundo o relatório “Burocracia no Ciclo de Vida das Empresas”, também elaborado pela Endeavor, 86% dos empreendimentos brasileiros não conseguem cumprir todas as normas existentes. “Nos municípios que investiram na racionalização e digitalização de processos, há avanços nos negócios, com impactos positivos na economia”, diz Lipkin.
O ICE 2017 analisou o ambiente de negócios em 32 cidades, cobrindo 22 Estados. Juntos, os municípios geram cerca de 40% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Além do ambiente regulatório e da infraestrutura, o estudo cobre os pilares de mercado, acesso ao capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. “Esta é a combinação de fatores que forma o ecossistema empreendedor”, diz Lipkin Para evitar as distorções pelo tamanho da população ou da economia, grande parte dos dados foi ajustada a fim de refletir o desempenho proporcional em cada indicador. Neste ano, a Endeavor reviu indicadores para apurar os resultados referentes ao ambiente regulatório, excluindo quatro dos dez processos avaliados. O novo cálculo considera os dias corridos para obtenção de inscrições e licenças para novas firmas.
A estrutura elaborada pelo estudo foi adequada à realidade brasileira, mas está em sintonia com as ferramentas de avaliação utilizadas por consultorias internacionais e instituições como a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A pesquisa inclui companhias de todos os portes e setores. Os sete pilares analisados geraram rankings temáticos, que foram utilizados como base para o índice final.