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Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2017
A Justiça de Goiás condenou a três anos de internação o adolescente de 14 anos que atirou em colegas de sala no colégio Goyazes, em Goiânia, mês passado. No ataque, no qual ele utilizou a arma da mãe –que, a exemplo do marido, é policial militar –, dois alunos de 13 anos foram mortos e outros quatro feridos, entre os quais, uma adolescente de 14 anos que ficou paraplégica.
A sentença foi proferida ao fim da audiência no Juizado da Infância e Juventude, na capital goiana. Ao todo, foram ouvidas hoje duas testemunhas de defesa e duas de acusação, entre as quais, respectivamente, uma babá do estudante e um conselheiro tutelar, e uma professora do colégio e o policial militar que atendeu primeiro a ocorrência.
A pena de três anos de reclusão é o máximo previsto em lei como medida socioeducativa imposta a adolescentes infratores. A advogada do atirador, Rosângela Magalhães de Almeida, afirmou que a defesa não vai recorrer “dada a gravidade dos fatos e a preocupação constante e primeira de garantir a integridade física dele”.
“Até em razão da repercussão do caso e por ele ser filho de (policiais) militares, consideramos que o risco à integridade física dele é mais elevado. Sabemos da gravidade dos fatos e ele, mesmo, não negou a prática deles em uma audiência anterior”, explicou a advogada.
Avaliação
Além da pena, o adolescente terá de se submeter, a cada seis meses, a uma avaliação da Justiça em relação a comportamento e às condições gerais de momento.
“Bem ou mal, a sentença encerra um ciclo, e isso pode ajudar, não sei em quanto tempo, que ele possa ter uma perspectiva de futuro, daqui a uns anos”.
“Lógico que isso vai acompanhá-lo para o resto da vida mas, se o tempo não apaga, ao menos minimiza uma situação dessas”, definiu a advogada, quando foi indagada sobre as condições do adolescente.
De acordo com ela, ele cumprirá a pena em uma unidade para adolescentes infratores no interior de Goiás. Até hoje, afirmou, ele esperava pela sentença em cela isolada.
No último dia 10, a última vítima do ataque, um adolescente de 14 anos, teve alta médica do Hospital de Urgências de Goiânia, mas foi encaminhada ao Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo.
Mês passado, o hospital confirmou que ela ficou paraplégica. A estudante chegou a passar por um novo procedimento cirúrgico para a limpeza da membrana que reveste o pulmão, no último dia 26, e não corria risco de morte. Um dos três tiros que a adolescente recebeu atingiu sua coluna.
No ataque promovido pelo adolescente de 14 anos, morreram os estudantes de 13 anos João Pedro Calembo e João Vitor Gomes. A arma usada pelo atirador pertencia à mãe dele, que agora responde inquérito militar por conta do episódio.
O jovem confessou o crime e afirmou que o cometeu por ter sofrido bullying pelos colegas. Ele disse à polícia que se inspirou nos massacres de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro.