Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2017
Em depoimento à Polícia Civil fluminense nessa sexta-feira, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, preso em novembro, afirmou ter recebido um bilhete no presídio de Benfica – onde chegou a ficar detido inicialmente – com um aviso de que presos de lá estariam tramando algo contra ele.
Garotinho foi ouvido por agentes após o pedido da defesa dele ser autorizado pela Justiça. O ex-governador prometeu que contaria “fatos novos” sobre a lesão que afirma ter sofrido na cela da Cadeia Pública em Benfica, na Zona Norte da cidade. Na semana passada, ele foi transferido para o Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.
Segundo a versão de Garotinho, durante a noite alguém invadiu a sua cela na cadeia de Benfica e o agrediu com um bastão semelhante a um taco de baseball. Imagens internas às quais imprensa teve acesso não mostram ninguém entrando na cela e agentes penitenciários da instituição asseguram que seria “praticamente impossível” a invasão relatada pelo detento.
Apesar da alegação de que teria fatos novos a revelar, Garotinho fez um depoimento curto e se negou a fornecer o conteúdo do um suposto bilhete que disse ter recebido. A mensagem, segundo ele, seria um “aviso” que ele recebeu em Benfica.
O ex-governador contou também que, ao ser transferido da galeria A para a B, uma pessoa se aproximou como se fosse se despedir, deu um papelzinho a ele e disse: “Quando chegar lá, leia isso, pois vai confortar o seu coração”.
Garotinho alegou ter pensando que fosse um salmo e só descobriu que não se tratava de liturgia quando leu a mensagem já depois da transferência para Bangu. Ele detalhou ser um pedaço bem pequeno de papel, sem pauta, manuscrito à caneta azul e “com um aviso cujo teor não quer revelar neste momento e que será juntado ao processo pela defesa”.
O ex-governador pediu, ainda, que a polícia ouça outros presos da galeria A de Benfica – onde ele ficou no período de detenção no presídio – “para saber se escutaram gritos”.
Ex-primeira-dama
Garotinho e a mulher dele, Rosinha Matheus, também ex-governadora, foram presos no dia 22 de novembro, em uma operação da Polícia Federal relacionada às delações da JBS/Friboi. Segundo as investigações, a empresa teria doado, via caixa 2, um total de R$ 3 milhões para a campanha de Garotinho ao governo estadual em 2014.
Rosinha foi solta na quinta-feira, por conta de uma decisão dos desembargadores do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro. A ex-primeira-dama chegou a ficar no mesmo presídio que a também ex-primeira dama Adriana Ancelmo, esposa de Sérgio Cabral que está presa em Benfica, mesmo centro de detenção onde está o marido.