Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2017
O grupo islâmico Hamas convocou nesta quinta-feira (07) uma nova intifada palestina em resposta à decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A intifada é o termo utilizado para fazer referência à revolta palestina contra a política de expansão do governo israelense.
“Devemos convocar e devemos trabalhar no lançamento de uma intifada diante do inimigo sionista”, disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em um discurso em Gaza.
A decisão de Trump é polêmica, uma vez que os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado e a comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense sobre a cidade como um todo.
Apesar dos diversos apelos da comunidade internacional para que Trump não tomasse essa decisão de reconhecer Jerusalém como capital israelense, o presidente norte-americano anunciou na quarta-feira (6) que pediu ao Departamento de Estado que inicie o processo de transferir para lá a embaixada americana atualmente instalada em Tel Aviv.
Em seu discurso, feito na Casa Branca, Trump afirmou que o anúncio marca “o começo de uma nova abordagem no conflito entre Israel e palestinos”. “Hoje, finalmente reconhecemos o óbvio: que Jerusalém é a capital de Israel”, disse Trump. “Isso é nada mais nada menos do que o reconhecimento da realidade. Também é a coisa certa a fazer. É algo que tem que ser feito. Com o anúncio reafirmo o comprometimento da minha administração com um futuro de paz”, declarou.
História do Hamas
O Hamas é a sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica. O grupo, que é o maior entre os islâmicos militantes palestinos, defende a criação de um único Estado palestino que ocuparia a área onde atualmente estão Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
A agremiação surgiu após o início da primeira intifada contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, em 1987. Nesta ocasião, crianças que jogavam pedras nos tanques foram mortas por Israel, provocando a indignação da comunidade internacional. A segunda intifada começou em 29 de setembro de 2000 e durou quatro anos. Os conflitos deixaram milhares de mortos dos lados palestino e israelense.
Repercussão
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, considerou que essa decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel coloca o Oriente Médio em um “círculo de fogo”. “Tomar tal decisão coloca o mundo, e especialmente a região, em um círculo de fogo”, declarou, segundo a agência de notícias France Presse.
Exército
O Exército de Israel informou nesta quinta-feira que está reforçando suas tropas na Cisjordânia à medida que palestinos protestam contra a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Diversos batalhões estão sendo mobilizados para a ação.
Hezbollah
O grupo libanês Hezbollah anunciou nesta quinta-feira que apoia os pedidos por um novo levante palestino em resposta à decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e pediu apoio à “resistência” contra a medida.
“Apoiamos o chamado por uma nova intifada palestina e a escalada da resistência, que é a maior, mais importante e mais grave resposta à decisão norte-americana”, disse o líder do Hezbollah, Sayyed Nasrallah, em discurso transmitido pela TV.