Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Lula, assim que a NOVA Constituição (1988) entrou em vigor, trazendo consigo o que se pensava seria o “elixir milagroso” (diretas para Presidente) capaz de curar todos os nossos males e implantar novos e saudáveis instrumentos legislativos, pôs-se em campo: o Brasil já tinha um candidato à Presidência. Com isso, o que se estaria fazendo com a Carta Magna, mais do que o repositório respeitado e respeitável dos princípios básicos de organização da sociedade, na qual se depositaram os dogmas de conduta para o novo tempo (a famosa e precocemente envelhecida “Nova República”), nela estavam as novas regras para que se provasse e aprovasse a vitamina por excelência da democracia. Também estavam aprovadas as diretrizes superiores do desejado encontro com as urnas.
Entre outubro de 1988 e novembro de 1999, o país almoçou e jantou, dormiu e acordou, eleição presidencial. E era eleição solteira.: não tinha nada de coincidência com pleito de Governador ou de vereador, de deputado ou de Senador. Todos esses ficaram para o ano seguinte, pois o JÁ – tão cobrado pelo povo – exigia todo o palco da efervescente vida política nacional para a presidencial.
Lula fez la suas contas e concluiu que ele era o grande sucessor dos governos militares. Ele, e mais 13 ou 14 políticos, olhando-se no espelho (Sorokim já dizia que o espelho formava e deformava, identificava e oferecia a alteralidade “el otro yo” como afirmavam apropriadamente (?) os de língua cervantina), chegaram a mesma conclusão: de Ulysses Guimarães a Esperidião Amim; de Afif Domingos a Mario Covas; de Aureliano Chaves a Leonel Brizola etc etc.
Enfim (nem faz tanto tempo, ou faz?), la se foram 28 anos. Há quem não teve tempo de saber e há quem esqueceu ou quis esquecer. Lula, que acreditava piamente (aliás, setores da Igreja, auto denominados progressistas o apoiavam com garra nascida de crença) teve forças para (“por una cabeza, como no tango de Gardel) assegurar o 2º lugar, em detrimento de Brizola, que nunca se curou dessa “intromissão do sapo barbudo”, que o excluiu do 2º turno. Foi aí que Lula, saboreando o êxito no 1º turno, não se apercebeu que Fernando Collor, candidato de um Partido que tinha invencível dificuldade prática de provar que existia (PRN, lembram?), defendendo a diminuição do Estado, a economia de mercado, a alegórica “caça aos marajás”, era o verdadeiro adversário. Na ocasião, inimigo.
O país, na hora do 2º turno, repartiu-se. Não havia meio termo. Foram poucos dias de uma disputa renhida. Por razões pessoais (tinha uma posição clara e participativa, o que, eticamente, prejudica a imparcialidade…). Apenas relembro que o país, no último debate pela TV, parou (como quando se disputou final de Copa do Mundo: silencio de tensão, ruas vazias, torcidas em oração) e Lula, que vinha num aparente crescimento, foi canhestro. Ficou tímido e se apequenou. Em linguagem de box, refugiou-se no corner e ali perdeu a eleição, tentando proteger-se, com limitado êxito, do ataque de Collor.
Derrotado, foi reanimado pelos tropeções e queda de Collor, que caiu por conta própria(falta de base parlamentar, convivência conflituosa com a mídia, atrito permanente com funcionalismo púbico, o denominado confisco (?), muito mal explicado e pouco entendido na política econômica do Governo e as denúncias – por uma oposição feroz e até do próprio irmão – de episódios de corrupção, tendo como alvo principal o tesoureiro da campanha, PC Farias, preso na Ásia, como fugitivo, morto na cama, acompanhado por uma namorada transitória.
Cassado Collor , a quem Lula fizera cerrada oposição, não concordou em apoiar e muito menos participar do Governo de união nacional, liderado pelo idôneo Itamar Franco.
Mostrando uma fixação inalterável, seguiu o modelo Nixon (que perdeu 3 vezes e nem por isso deixou de disputar a quarta, quando sua teimosia foi recompensada, elegendo-se Presidente dos Estados Unidos) e voltou a concorrer em 1994 sendo derrotado por Fernando Henrique Cardoso.
Os insucessos não alteraram sua ambição de poder. Em 1998 repetiu seu adversário Fernando Henrique, que, como no pleito anterior, deu-se ao luxo de vitoriar-se no 1º turno. Mas Lula não desistiria …
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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