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Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2017
A PF (Polícia Federal) anunciou, na terça-feira (12), a troca de comando da Superintendência do Paraná, onde nasceu a Operação Lava-Jato. Quem assumirá o cargo será Mauricio Leite Valeixo, que era responsável pela Dicor (Diretoria de Combate ao Crime Organizado) da PF. Assim, Valeixo retorna ao cargo que ocupou de 2009 a 2011.
Ele vai assumir o lugar de Rolsavo Franco, delegado que comandou a PF paranaense desde o início da Lava-Jato em março de 2014. Ele assumiu o cargo quase um ano antes, em abril de 2013. Sob o comando de Rolsalvo, a operação teve 47 fases e levou empresários e políticos da alta cúpula do poder à cadeia. Contudo, o ritmo foi reduzido drasticamente neste ano. Rosalvo deve se aposentar.
Em julho, a PF já havia dissolvido o grupo de trabalho que integrava a Lava-Jato do Paraná. O efetivo passou a integrar a Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas). A iniciativa foi vista como uma espécie de “desmanche” e foi alvo críticas de procuradores da força-tarefa.
Desde o ano passado, o efetivo de delegados da PF do Paraná caiu de nove para cinco integrantes. Nessa leva, saíram delegados atuantes e identificados com a operação, como Marcio Adriano Ancelmo, Eduardo Mauat e Erica Marena.
Erica Marena foi quem deu o nome Lava-Jato à operação, devido ao uso de uma rede de postos de combustíveis e lava-jato de automóveis, em Brasília, para movimentar recursos ilícitos.
Trajetória de Valeixo
Maurício Leite Valeixo nasceu em Mandaguaçu, no Paraná, e formou-se em direito pela PUC-PR.
Como delegado da Polícia Civil, ele fez parte do Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial). Assim que assumiu a PF, foi diretor geral de Pessoal, diretor de Inteligência Policial, agregado policial em Washington, nos Estados Unidos, e desde 2015 atualmente atuava na Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado).
O nome de Valeixo teria sido bem recebido pelos investigadores da Lava-Jato no Paraná pelo fato de ele ser conhecido, já ter trabalhado com alguns deles, e também pelo histórico de atuação.
Em novembro o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, disse que pretendia ampliar todas as operações da polícia, não só a Lava-Jato. Ele também havia afirmado que a corrupção no Brasil é sistêmica.
“A Lava-Jato na realidade é uma das operações de combate à corrupção no País. O que a Polícia Federal pretende é justamente ampliar, aumentar o combate à corrupção. Então, não será só uma ampliação, uma melhoria na Lava-Jato, será em todas as operações que a Polícia Federal já vem empreendendo, bem como ainda ampliar, quer dizer, criar novas operações. E pode ter uma única certeza: que a corrupção neste País é sistêmica, mas existe a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e vários outros órgãos que combatem a corrupção neste País e a gente pretende continuar cada vez mais fortes nesse combate”, disse na época da posse.