Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2017
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacar uma senadora democrata pelo Twitter, o “USA Today”, um dos maiores jornais do país, publicou um editorial fulminante contra o republicano. No texto, o jornal afirmou que Trump não serve nem para limpar os banheiros da biblioteca presidencial de seu antecessor Barack Obama ou engraxar os sapatos do também ex-presidente George W. Bush. O editorial ainda enumera o que considera como transgressões do chefe de Estado, incluindo o seu apoio ao candidato a senador no Alabama envolvido em escândalos sexuais, Roy Moore, além de afirmações falsas e enganosas.
Trump disse no Twitter na terça-feira (12) que a senadora democrata Kirsten Gillibrand, descrita por ele como “peso-pena” foi ao seu escritório “mendigando contribuições para sua campanha” e sugeriu que a legisladora “faria qualquer coisa” para conseguir esses fundos. Gillibrand foi uma das líderes do pedido de renúncia de Trump e a primeira a pedir a saída do democrata Al Franken, acusado de abuso sexual.
“Com seu último tuíte, que insinua claramente que uma senadora dos Estados Unidos faria favores sexuais para conseguir fundos para sua campanha, o presidente Trump mostra que não é apto para o cargo. O baixo nível não é impedimento para um presidente que sempre pode encontrar uma forma para descer ainda mais”, disse o editorial. “Um presidente que chama a senadora Kirsten Gillibrand de prostituta não serve nem para limpar os banheiros da biblioteca presidencial de Barack Obama ou engraxar os sapatos de George W. Bush.”
Mais de cem congressistas pediram na terça-feira que o Congresso investigue o presidente por conduta sexual imprópria. Antes de mandar o recado para Gillibrand, Trump já tinha contra-atacado no Twitter, culpando seus opositores democratas por incitarem as mulheres a falar com jornalistas sobre o suposto assédio. Um total de 16 mulheres denunciaram publicamente Trump por má conduta, que se gabou em uma fita durante a campanha que poderia beijar e apalpar mulheres impunemente devido a sua fama.
“Apesar das milhares de horas desperdiçadas e dos milhões de dólares gastos, os democratas não conseguiram mostrar nenhum conluio com a Rússia e agora estão passando para as acusações falsas e histórias inventadas de mulheres que não sei quem são e/ou nunca conheci. NOTÍCIAS FALSAS!”, tuitou Trump.
Três mulheres que afirmam ter sido assediadas sexualmente por Trump antes de sua candidatura à Presidência pediram na segunda-feira (11) aos legisladores para abrirem uma investigação sobre o comportamento do chefe de Estado. Rachel Crooks, Jessica Leeds e Samantha Holvey, que já denunciaram Trump durante a campanha presidencial de 2016, apareceram na emissora de televisão nacional NBC para exigir que o presidente seja responsabilizado por seus atos.
Crooks, ex-recepcionista na Torre Trump de Nova York, afirma que ele a beijou na boca em 2005 depois que ela, então com 22 anos, se apresentou. Leeds disse que Trump a apalpou em um voo comercial. E Holvey alega que o presidente se comportou de maneira inapropriada quando participava do concurso de beleza Miss Estados Unidos, ao aparecer nos bastidores quando ela e outras mulheres estavam nuas.