Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2017
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), relatou nesta terça-feira (19) ter sido agredida verbalmente enquanto desembarcava de um avião no Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek. “Fui agredida aos berros dentro de um avião por uma mulher descontrolada antes de desembarcar em BSB. Como não acho esse tipo de comportamento liberdade de expressão, solicitei a presença da polícia e o desembarque foi suspenso até sua chegada”, escreveu, na conta oficial no Twitter.
Acompanhadas pela polícia, Gleisi e a suposta agressora foram encaminhadas ao posto da PF (Polícia Federal) no aeroporto para registro da ocorrência, disse a senadora. “Aguardo agora que a filmagem da cena se torne pública para que eu possa tomar as providências cíveis e penais cabíveis. A partir de agora, agirei assim em qualquer situação semelhante.”
Ainda na rede social, Gleisi ressaltou que a liberdade de expressão e manifestação, previstas na Constituição, não podem ser confundidas com um passe livre para agressões. “Liberdade de expressão e manifestação não são sinônimo de agressão. Aviso aos navegantes: nenhuma agressão me constrange, apenas me fará tomar medidas judiciais para conter e penalizar agressores”, escreveu.
Petrobras
A Petrobras quer que a senadora seja condenada a devolver, com seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o valor de R$ 1 milhão aos cofres da empresa. O empresário Ernesto Klueger também é alvo da cobrança.
O pedido foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), na ação penal em que a senadora foi denunciada por corrupção e lavagem de dinheiro.
Nas alegações finais sobre o caso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que os três réus, além de condenados, fossem obrigados a pagar R$ 4 milhões em indenização aos cofres públicos, quatro vezes mais do que o R$ 1 milhão que teriam sido desviados da Petrobras para irrigar a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.
Segundo a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República ), Paulo Bernardo teria solicitado a quantia ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que teria providenciado o pagamento por meio do doleiro Alberto Yousseff.
Na condição de auxiliar de acusação, a Petrobras pediu que, a partir dessa indenização, seja ressarcida em, ao menos, R$ 1 milhão, valor “inequivocamente, desviado dos cofres da requerente [Petrobras], através de estratagemas acuradamente analisados e reconhecidos pela acusação em suas considerações finais”. No requerimento, a Petrobras volta a afirmar ter sido a maior vítima dos esquemas de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato desde 2014.
A senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo sempre negaram qualquer irregularidade. “A requerida [senadora] jamais praticou qualquer ato que pudesse ser caracterizado como ato ilícito, especialmente no bojo do pleito eleitoral ao Senado Federal no ano de 2010, na medida em que todas as suas contas de campanha foram declaradas e integralmente aprovadas pela Justiça Eleitoral”, afirmou a defesa de Gleisi Hoffmann no curso da ação penal.