Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2017
A Receita Federal informou nesta terça-feira (19) que a arrecadação com impostos, contribuições e demais receitas teve alta real (acima da inflação) de 9,5% em novembro e chegou a 115,08 bilhões de reais.
Segundo a Receita, este foi o melhor resultado para novembro desde 2014 e foi alcançado, principalmente, pelas receitas do novo Refis (refinanciamento das dívidas com a União) e pelos depósitos judiciais, que somaram 7,72 bilhões de reais.
A arrecadação volta a subir depois da queda de 20% registrada no mês de outubro, causada pelo processo de repatriação de recursos.
A economia registrou sinais de retomada nos três primeiros meses deste ano e continuou avançando no segundo e terceiro trimestres de 2017. Dados do BC (Banco Central) também apontam continuidade da recuperação nos últimos meses.
Acumulado do ano
Na parcial de janeiro a novembro deste ano, conforme a Receita, a arrecadação total somou 1,2 trilhão de reais, com crescimento real de 0,13% na comparação com o mesmo período do ano passado. Foi a maior arrecadação para o período desde 2015.
De acordo com a Receita, o crescimento da arrecadação no acumulado deste ano, na comparação com 2016, aconteceu apesar do ingresso de 46,8 bilhões de reais em receitas extraordinárias no ano passado, por conta do processo de repatriação.
Neste ano, porém, as receitas com parcelamentos especiais somaram 33,8 bilhões de reais, com aumento de 87%, ou 15,8 bilhões de reais, sobre o mesmo período de 2016 – quando somaram 17,99 bilhões de reais.
Ainda segundo a Receita Federal, a alta da arrecadação, neste ano, também está em linha com os indicadores econômicos, que registraram aumento da atividade no acumulado de 2017.
Nos onze primeiros meses deste ano, a produção industrial avançou 1,78%, as vendas de bens e serviços cresceram 2% e a massa salarial avançou 2,32%. Já o valor em dólar das importações cresceu 11,43%.
Meta fiscal
O comportamento da arrecadação é importante porque ajuda o governo a tentar cumprir a meta fiscal, ou seja, o resultado para as contas públicas.
Para 2017 e 2018, a meta em vigor é de déficit (resultado negativo) de até 159 bilhões de reais.
No ano passado, o rombo fiscal somou 154,2 bilhões de reais, o maior em 20 anos. Em 2015, o déficit fiscal totalizou 115 bilhões de reais.
A consequência de as contas públicas registrarem déficits fiscais seguidos é a piora da dívida pública e mais pressões inflacionárias.