Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de dezembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Incerteza e emoção, em ano de Copa e eleição, o que há de novo? Muita coisa, a começar pelos escândalos de corrupção devastando o futebol e especialmente a política, e também o fracasso da Nova Matriz Macroeconômica, o correspondente à Era Dunga na economia.
Novas e importantes opções vão se definir no decorrer do ano, de modo que a incerteza pode ser bem o prenúncio de novidades na política, na economia e no futebol.
A Itália, sempre uma das favoritas, não vai à Rússia. Em vez disso vamos assistir a Islândia, um país de 320 mil habitantes, dez vezes menor que o Uruguai, o qual, por sua vez, tem menos que um terço da população do Rio Grande do Sul. E o Uruguai ganhou duas copas, uma delas num estádio que tinha mais brasileiros (uns 200 mil) do que toda a população da Islândia em 1950 (uns 140 mil).
Inobstante as proporções, há um encanto inigualável no futebol: são onze contra onze, a regra é clara, e não importa que os professores digam que vai dar a lógica (o time de maior orçamento e tradição), pois tudo pode acontecer. O imprevisível decretado pelo talento, ou pela circunstância, é o que dá graça ao jogo.
Na política deveria ser assim, mas, infelizmente, a zebra é rara. As máquinas eleitorais tendem a eleger sempre os mesmos profissionais. Exceto nesses momentos de magnífica incerteza quando é forte o anseio pelo novo e, por várias razões, há uma vontade imensa de trocar a frota inteira.
De muitas maneiras será mais uma edição de um mesmo campeonato opondo maiorias inertes e indecisas a minorias representadas pelos mesmos personagens, encasteladas em privilégios, corporações, sindicatos, federações, às vezes fechando as ruas e queimando pneus, e invariavelmente se empenhando em retardar os relógios.
O velho contra o novo, é com isso que se faz a história, que é meio lenta mesmo no Brasil, com tanta gente tentando nos manter na condição de país do futuro.
Há radicalismos por toda parte, mas não creio que a maioria da sociedade os apoie. Há, isso sim, nervos e também alguns consensos à flor da pele,
sobretudo na economia. Todos os candidatos, inclusive os dos extremos estão experimentando o paletó liberal, mesmo que não lhes caia bem. Isso é muito bom.
Só não podemos esquecer que a eleição é sobre competência, talento e simpatia, mas também sobre integridade.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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