Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2018
Os analistas das instituições financeiras reduziram de R$ 155 bilhões para R$ 153,94 bilhões a estimativa para o déficit primário do governo federal neste ano, informou o Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (11). A expectativa está no mais recente levantamento mensal feito pela Secretaria de Política Econômica da pasta, divulgado dentro do chamado Prisma Fiscal.
O déficit acontece quando os gastos do governo superam a arrecadação com impostos e tributos. Como se trata de um déficit primário, a conta não considera as despesas do governo federal com o pagamento de juros da dívida pública. O valor do déficit estimado pelo mercado financeiro está abaixo da meta, ou seja, do teto para o rombo nas contas públicas previsto para 2018, que é de até R$ 159 bilhões. Assim, para os analistas, o governo vai conseguir cumprir a meta fiscal.
Para 2019, o mercado financeiro baixou de R$ 125,51 bilhões para R$ 120,96 bilhões a previsão para o rombo das contas públicas. A nova estimativa segue abaixo da meta fiscal do governo para o ano que vem, que é de déficit primário de até R$ 139 bilhões.
Reequilíbrio das contas
Nos últimos anos, a dificuldade do governo em atingir a meta fiscal esteve relacionada com o baixo nível de atividade da economia, que ainda se recuperava de um cenário recessivo. Essa situação se refletia na arrecadação do governo.
Entretanto, no decorrer de 2017, a economia começou a se recuperar e isso impulsionou a recuperação das receitas, contribuindo para melhorar também os resultados das contas públicas. Para a retomada da confiança na economia brasileira e a melhora do nível de atividade econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que é importante reequilibrar finanças do Brasil.
O governo já conseguiu aprovar no Congresso uma proposta de emenda constitucional que institui um teto para os gastos públicos por um período de 20 anos e defende ainda a reforma da Previdência Social – que o governo busca viabilizar a votação no Congresso Nacional.
Sete anos de contas no vermelho
Se o cenário para as contas públicas brasileiras previsto pelo governo federal se concretizar, serão pelo menos sete anos consecutivos com as contas no vermelho. O governo vem registrando déficits fiscais desde 2014. Em 2015, o rombo, de R$ 114,9 bilhões, foi recorde e gerado, em parte, pelo pagamento das chamadas “pedaladas fiscais” – repasses a bancos oficiais que estavam atrasados – e, em 2016, somou R$ 154 bilhões.
Para 2017 (resultado do ano fechado ainda não foi divulgado), 2018 e também 2019, a meta é de rombos bilionários nas contas públicas. A previsão da equipe econômica é que as contas públicas voltem ao azul somente a partir de 2021.