Segunda-feira, 17 de março de 2025
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2018
Um preço que está na contramão dessa inflação mais baixa é o da gasolina, que subiu 25% só de julho para cá. A gasolina mais cara do País é a do Acre: R$ 4,80 por litro, em média. Depois vêm o Rio de Janeiro e Goiás.
A gasolina mais barata é no Maranhão. O preço médio cobrado no Brasil é R$ 4,15 por litro. Mas, no Rio de Janeiro, em vários postos, o preço da gasolina comum já passou dos R$ 5 o litro.
Aí, é hora de apertar o cinto. De 3 de julho a 28 de dezembro, a gasolina teve 115 reajustes. E aumentou 25% por causa da nova política de preços da Petrobras, mais flexível.
Os preços podem subir ou baixar, acompanhando a variação do dólar e do preço do petróleo no mercado externo, que cresceu mais do que o esperado.
“Na verdade, nós estamos repassando para o país o aumento do preço internacional dos combustíveis, como acontece com todas as commodities, as commodities agrícolas, todos os produtos agrícolas que têm preços determinado internacionalmente sofrem consequências quando tem aumento do preço internacional no mercado nacional. Então nós estamos seguindo no setor de combustível algo que já é natural para a sociedade brasileira em outros seguimentos”, destaca Alfredo Renault, professor de Economia da PUC-Rio.
Também teve uma contribuição dos impostos nessa gasolina mais cara. A alíquota de PIS e Cofins mais que dobrou. Então por que não adotar a mesma estratégia que a gente já usa no supermercado? “A gente tem que pesquisar bastante. Hoje em dia tem divergência. De lugar para lugar. Procurando bem você consegue achar”, diz uma consumidora.
Essa é a mais pura verdade, porque só pesquisando é possível encontrar ofertas como a de um posto em Botafogo, Zona Sul do Rio. No local, a gasolina comum sai por R$ 4,72. Mas esse é o preço para quem vai pagar com cartão de crédito. Se você abastece e vai pagar com cartão de débito ou dinheiro, o preço cai 13 centavos, para R$ 4,59. Pode parecer pouco, mas para quem vive rodando, vale muito a pena.
Inflação baixa
A inflação fechou 2017 em 2,95%, um número baixo por qualquer lado que se olhe: foi o menor IPCA desde 1998, além de ser menos da metade dos 6,29% registrados em 2016. Também foi a primeira vez que a inflação ficou abaixo do piso da meta do governo desde que o regime de metas foi criado em 1999.
Mas a impressão de muita gente não é esta diante de três itens importantes: gasolina, gás de cozinha e energia elétrica. Todos, de fato, subiram muito mais do que no ano anterior.
Mas eles não foram suficientes para contrabalançar os efeitos de outro fenômeno: uma queda anual de 1,87% no preço de alimentos e bebidas. Parece pouco, mas é a primeira vez que isso acontece desde que o Plano Real começou em 1994, e este é de longe o grupo que mais importa no orçamento das famílias.
“Temos itens que pressionaram para cima, e é normal do consumidor focar nos elementos mais visíveis. Mas especialmente alimentação em 2017 foi forte elemento de deflação, e o o peso de 25% que esse grupo tem no IPCA é bem maior do que o peso de 10% desses três itens”, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.