Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Na próxima campanha eleitoral ao governo do Estado, não haverá como fugir do jogo da verdade. As perguntas começam a se acumular: reduzir o déficit será prioridade? Em quanto tempo? Pedido não atendido pela Assembleia Legislativa significará rompimento? Valerá trocar a capacidade administrativa por apoio parlamentar? Governar subentende contrariar interesses?
Encontrarão a porta fechada
Está comprovado que se esgotou a fórmula que tornou os Estados fregueses de caderno do Tesouro Nacional. A União deu um basta à hipertrofia da dívida pública, convicta de que a cultura da lassidão fiscal, praticada por muitos governadores, faz descer para o abismo.
Escapar do prejuízo
Com o déficit previsto de 6 bilhões e 900 milhões de reais no orçamento deste ano, os fornecedores de produtos e prestadores de serviço ao governo do Estado pensam três vezes antes da assinatura de contratos. É crescente o número dos que desistem, sabendo que o risco do calote fica maior.
Como enxergam
O rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poors ajudará o governo federal a convencer os parlamentares indecisos sobre a necessidade de aprovação da reforma da Previdência.
O cálculo de economistas estrangeiros é simples:
1º) o déficit no orçamento da União do ano passado ficou em torno de 160 bilhões de reais.
2º) Os pagamentos de aposentadorias e pensões, além de rubricas assistenciais, superaram em 170 milhões de reais o valor arrecadado.
A reforma da Previdência Social levará ao equilíbrio. Enquanto isso não ocorre e o rombo persiste, o Brasil fatalmente será um mau pagador de seus compromissos.
Sem arrojos
Henrique Meirelles se aproxima de Maílson da Nóbrega que, em 1988, adotou o estilo denominado feijão com arroz. O ministro da Fazenda de José Sarney acompanhava o dia a dia da conjuntura e usava apenas instrumentos convencionais. Outras semelhanças: o crescimento industrial em 1987 foi nulo e só a produção agrícola mostrou índices favoráveis, como ocorreu no ano passado.
O cardápio é o mesmo, mas com uma diferença: Maílson não conseguiu segurar a inflação. Meirelles derrubou o dragão.
A grande definição
O ministro Pedro Lessa, que integrou o Supremo Tribunal Federal de 1907 e 1921, manifestou-se sobre a independência do Poder Judiciário, que é repetida até hoje nas Faculdades de Direito:
“Que nação culta e livre outorgaria em nossa época ao Poder Executivo a atribuição de impor penas aos próprios réus confessos, ou presos em flagrante delito, e a respeito de cuja criminalidade não houvesse a menor dúvida? Quem não julga hoje necessário para o exercício dessa e de outras funções da mesma natureza a constituição de um poder, que pelas suas condições de investidura e de estabilidade, muito diversas das de nomeação do Executivo, ofereça garantias eficazes de independência?”.
A referida independência do Judiciário é uma necessidade da liberdade individual e da proteção dos direitos humanos, não podendo sofrer tombo.
Voz baixa
Ao começar o quarto ano do governo Sartori, desapareceu em definitivo o ímpeto de secretários pelo estilo LPM (loucos por mídia). O Chefe não gosta.
Quem poderá assumir
O futuro governador do Estado terá chance de escolher entre três candidatos ao cargo de secretário da Fazenda: Harry Houdini, Cristopher Pinchebeck ou John Anderson, que se notabilizaram mundialmente na arte da mágica.
Em cena
No próximo sábado, o show de Donald Trump completará um ano. Cansou muito rapidamente a respeitável plateia.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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