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Brasil Sete delatores vão depor a Moro sobre sítio de Atibaia

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O ex-presidente Lula tem início de ano agitado. (Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas)

Menos de duas semanas depois de enfrentar julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o ex-presidente Lula será alvo, novamente, de delatores, desta vez, no processo em que é acusado de ser dono do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Na primeira semana de fevereiro, sete testemunhas de acusação – todos colaboradores – vão depor ao juiz federal Sérgio Moro no caso que envolve supostas propinas da OAS e da Odebrecht.

O imóvel em Atibaia, em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas pelo PT, é pivô de mais uma ação penal em que Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal sustenta que as reformas bancadas pela Odebrecht e a OAS dissimularam pagamentos de R$ 1 milhão ao ex-presidente.

No dia 5 de fevereiro, os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que confessaram ter recebido pagamentos da Odebrecht no exterior para realizar as campanhas petistas, vão depor.

No mesmo dia, está marcada a audiência do ex-gerente da Área Internacional da Petrobras, Eduardo Musa, que admitiu direcionar licitação na estatal para o grupo Schahin para sanar dívida de R$ 60 milhões com o partido no caso que envolveu empréstimo fraudulento ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.

Dois dias depois, na quarta-feira, 7 de fevereiro, Milton e Salim Schahin vão prestar depoimentos. Segundo a Lava-Jato, do grupo, teriam saído parte dos recursos para bancar reformas no sítio. O procuradores sustentam que, por meio de 23 repasses, R$ 150 mil oriundos de contratos para a operação da sonda Vitória 10.000 entre Schahin e Petrobras foram destinados ao acabamento do Santa Bárbara, “adequando-o às necessidades da família do ex-presidente”. Os valores teriam sido operacionalizados por Bumlai.

Para o mesmo dia, ainda estão marcadas audiências com o engenheiro Marcos de Almeida Horta Barbosa, que é aderente ao acordo de leniência da Odebrecht com o Ministério Público Federal e o ex-presidente da Braskem Carlos Alberto Fadigas, um dos 77 delatores da empreiteira.

O ex-deputado Pedro Corrêa, condenado no Mensalão e na Lava-Jato, também é um dos delatores que falarão de Lula em fevereiro. No dia 22, está marcada a audiência do ex-parlamentar do Partido Progressista. Em seu acordo, homologado em 2017, Corrêa relatou interferência do ex-presidente Lula junto ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa por pagamentos ao partido e que o petista tinha conhecimento de esquemas de corrupção na estatal.

Na denúncia de 168 páginas envolvendo o sítio de Atibaia, 39 testemunhas foram arroladas pela força-tarefa. 20 são delatores. Com Pedro Corrêa, que teve o termo homologado meses depois da denúncia, passam a ser 21 os delatores que falarão nesta ação penal.

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