Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2018
Um turista brasileiro morreu na madrugada de domingo (14) durante um assalto em uma rodovia próxima a Puerto Ordaz, cidade venezuelana distante cerca de 660 Km de Caracas. O amazonense Amaury Castro da Silva foi assassinado com um tiro no peito disparado por um dos criminosos.
Ele viajava com cerca de 20 pessoas, entre familiares e amigos, em um comboio de nove veículos com destino à Ilha de Margarita, principal destino de turistas brasileiros.
De acordo com a secretária-adjunta de Gestão Internacional de Roraima, Fátima Araújo, que está ajudando os familiares da vítima e intercedendo para trazer o corpo para o Brasil, “eles foram interceptados pelos ladrões quando iam para Puerto Ordaz, faltando 35 quilômetros para chegarem ao destino. Ele [Amaury] foi baleado e morreu”.
Fátima disse ainda que recebeu resposta imediata das Forças Armadas da Venezuela que garantiu apoio aos brasileiros.
“Com o nosso bom relacionamento com as autoridades venezuelanas, foi colocada à disposição dos familiares e amigos da vítima uma comissão para dar suporte a eles”, diz Fátima.
A secretária-adjunta descreveu que os ladrões armaram uma emboscada contra os brasileiros, fechando os veículos que iam na frente do comboio. O carro de Amaury era o quarto e foi interceptado pelos assaltantes que estavam em outro automóvel.
A vítima teria reagido, fechando o carro dos criminosos, impedindo que os ladrões roubassem os familiares que estavam nos outros veículos. Em dado momento, Amaury foi baleado no peito e teve os pertences levados pelos bandidos.
De acordo com Fátima, uma escolta policial vai trazer os parentes da vítima e amigos até Santa Elena de Uairén, cidade venezuelana que faz fronteira com o Brasil.
“Estamos monitorando de perto toda essa situação aqui em Santa Elena e conversando com os generais venezuelanos e com o Governo do Estado de Bolívar. As autoridades foram à pousada onde estão os amigos e familiares da vítima”, detalha a secretária-adjunta.
Ela disse ainda que o governo de Roraima está dando todo apoio para os familiares e amigos. “Após os familiares entrarem em contato comigo, começamos a agir para ajudá-los”, ressalta.
A previsão era de que os parentes da vítima chegassem à Santa Elena de Uairén ainda na noite de domingo junto com o corpo de Amaury Castro da Silva.
Turismo
O fluxo de turistas de Roraima que viajam para a Venezuela aumentou nos últimos meses apesar da grave crise política e econômica que o país vizinho enfrenta. Da capital Boa Vista, ônibus lotados partem sete dias por semana com turistas que querem entrar no país.
A desvalorização do bolívar, moeda em circulação na Venezuela, é apontada como um dos principais motivos por quem escolhe cruzar a fronteira do país por Roraima. As belezas naturais do mar do Caribe também estão entre os atrativos que levam os turistas a escolherem o destino.
Da Rodoviária Internacional de Boa Vista, na zona Sul da cidade, um ônibus sai todos os dias com destino ao município de Pacaraima, última cidade brasileira antes da fronteira com a Venezuela. De lá, muitos turistas entram no país em ônibus ou táxis venezuelanos.
Outros ônibus que partem de Boa Vista e fazem o trajeto internacional cruzam a fronteira do país três vezes por semana levando mais de 130 pessoas a diversas cidades venezuelanas.
Itamaraty recomenda alto grau de cautela a turistas
Na página do Portal Consular da Venezuela, o Itamaraty diz que os brasileiros devem “viajar com alto grau de cautela” devido à delicada situação do país.
Segundo a nota, é recomendável que os turistas tenham sempre em mãos os contatos dos Consulados do Brasil em Caracas e da Ciudad Guayana.
Ainda segundo o Itamaraty, atualmente as viagens terrestres são desaconselháveis, já que há relatos, na região de fronteira, de cidadãos brasileiros que foram extorquidos por autoridades de controle.
“O Vice-Consulado do Brasil em Santa Elena do Uairén [primeira cidade após a fronteira de Roraima] tem recebido reclamações sobre brasileiros vítimas de extorsão no percurso de Santa Elena para o litoral e sobre os perigos existentes nesse trajeto”, explica o Ministério.