Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Ninguém vende um automóvel dizendo que ele tem alta quilometragem e está muito desgastado em decorrência dos anos de uso por diversos proprietários. Para superar essa dificuldade, existe um simples jogo de palavras que transforma o velho em oportunidade: basta denominá-lo de seminovo. Assim, num passe de mágica, se busca superar a desvalorização do bem que não tem a mesma qualidade dos outros ofertados no mercado.
Vocês já perceberam que o mesmo vem ocorrendo com a nossa política? A cada eleição, somos agraciados com candidatos à vida pública que se propõem a combater a “velha política”, mesmo aqueles que há décadas estão no poder e, portanto, não poderiam ser exemplo melhor de pessoa que contribuiu, por ação ou omissão, para que chegássemos aonde estamos. A mesma artimanha dos veículos seminovos é claramente utilizada por aqueles que, sabedores da ânsia de nossa população por mudanças, se valem da retórica para vender um suposto novo jeito de fazer política.
Em frase atribuída ao gênio Albert Einstein, o mesmo que nos ensinou sobre a relatividade das coisas, leciona-se que “a definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”. Pois então, não existe a menor dúvida de que não conseguiremos mudar o status quo se não conseguirmos separar o joio do trigo, se não conseguirmos identificar, para além do discurso, quem realmente propõe algo novo, diferente, propõe seguirmos por um caminho distinto daquele que nos trouxe até aqui.
É chegada a hora de fazermos um recall de políticos seminovos. Não há mais como suportar pessoas que nos prometem de tudo, que são suscetíveis a adotar medidas em prol de popularidade, que confundem projeto de governo com projeto de poder. Político novo, realmente, é aquele que entende que precisamos de um Estado menor, deixando para a iniciativa privada o que não é atribuição essencial do Estado e extraindo dele apenas os direitos básicos de cada cidadão, que nos foram suprimidos há bastante tempo. Enfim, precisamos de homens públicos, jovens ou velhos, que tenham ideias novas em vez de frases de efeito.
Caio Rizk – Advogado e associado do IEE
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