Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2018
O avanço da febre amarela silvestre (transmitida em áreas de mata) no País voltou a preocupar a população e as autoridades, tornando-se um assunto de grande repercussão nos últimos dias. Mas o que é febre amarela?
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos. Os casos de febre amarela no Brasil são classificados como febre amarela silvestre ou febre amarela urbana, sendo que o vírus transmitido é o mesmo. A diferença da doença que se manifesta nos dois casos é o mosquito vetor envolvido na transmissão.
Seus sintomas são febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).
A responsável técnica do CRIE (Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais) do HCFMB (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu) Ivana Gonçalves, destaca que há contraindicações fundamentais para vacina da febre amarela. “De maneira geral, as contraindicações são: idade menor que seis meses, hipersensibilidade a algum dos componentes da vacina, portadores de imunodeficiências, além das situações de precaução, como: idade entre seis e oito meses, infectados pelo vírus HIV, gestantes e mulheres amamentando crianças menores de seis meses”, afirma.
Atualmente, há confirmação de casos de febre amarela silvestre em áreas de mata de cidades da Região Sudeste do Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo) e na Bahia. Entre julho de 2017 e o início de 2018, foram notificados no País 470 casos suspeitos. Desses, 35 foram confirmados, com o registro de 20 óbitos, e 145 estão em investigação, de acordo com o Ministério da Saúde.
Porto Alegre
Em Porto Alegre, cerca de 50% da população foi imunizada entre os anos de 2009 e o início de 2018, segundo dados da prefeitura. Mais de 771 mil doses da vacina foram aplicadas em moradores da Capital gaúcha nesse período.
A vacina está disponível em todas as salas de vacinação mantidas pela Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com os dados registrados no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações divulgados pelo Núcleo de Imunizações da Vigilância em Saúde, os números de doses aplicadas do imunobiológico têm se mantido estáveis desde dezembro de 2016, quando 1.983 pessoas receberam a vacina.
Em janeiro do ano passado, foram aplicadas 9.889 doses. Em dezembro de 2017, o número de doses chegou a 2.103 e, em janeiro de 2018, dados parciais indicam 4.575 pessoas vacinadas.
A vacinação contra a febre amarela está no calendário nacional de imunizações do Ministério da Saúde desde 1999, estando disponível gratuitamente para pessoas com idades entre 9 meses e 60 anos incompletos. Uma dose é suficiente para imunização por toda a vida.
Não há circulação do vírus da febre amarela em Porto Alegre nem no interior do Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde. Como está no calendário nacional, à disposição da população ao longo de todo o ano, devem fazer a vacina, prioritariamente, pessoas que vão viajar para países que exigem a certificação e para os locais com transmissão do vírus.
A febre amarela silvestre é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, circulantes em matas, e não em cidades. A versão urbana é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do zika vírus e da chikungunya. Não há registro de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.
