Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2018
A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (01), uma operação para investigar a atuação de uma organização criminosa especializada no desvio de recursos previdenciários do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios.
Segundo a PF, a má gestão dos recursos e os desvios geraram um déficit de aproximadamente R$ 6 bilhões. A Operação Pausare, de acordo com a corporação, acontece em regime de esforço concentrado durante 48 horas em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Alagoas. No total, 62 equipes policiais cumprem cerca de cem mandados de busca e apreensão.
Entre os alvos das medidas judiciais há empresários em suposta articulação com gestores do fundo de pensão, além de dirigentes de uma instituição financeira internacional. Também serão alvos dos policiais federais empresas com títulos em Bolsas de Valores e instituições de avaliação de risco.
A Operação Pausare é resultado de um conjunto de auditorias de órgãos de controle. As fiscalizações, enviadas ao Ministério Público Federal, identificaram má gestão, irregularidades e impropriedades na aplicação dos recursos do Postalis. Segundo a PF, o nome da operação faz referência ao verbo latino pauso – pausare –, que significa aposentadoria.
“Em razão da dimensão dos desvios investigados, da complexidade dos crimes e do volume de documentos que se projeta encontrar, a PF optou por utilizar na Operação Pausare uma doutrina que dá maior ênfase à multiplicação das oportunidades para a investigação policial, realizando a análise da pertinência dos documentos e mídias, além de outros atos de apuração, nos próprios locais de busca, criando novas possibilidades investigativas e aumentando a agilidade, eficácia e a transparência do trabalho de investigação policial”, informou a PF.
Alvo de denúncias
Não é a primeira vez que a PF realiza uma operação para investigar fraudes e má gestão no Postalis. Em dezembro de 2015, a PF deflagrou a Operação Positus. A ação apurou desvios de até R$ 180 milhões.
Em setembro de 2016, a PF deflagrou a Operação Greenfield para investigar irregularidades em quatro dos maiores fundos de pensão do País, entre eles o Postalis. Em outubro do ano passado, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar decretou intervenção no Postalis pelo prazo de 180 dias.
O Postalis é uma entidade fechada, sem fins lucrativos e com autonomia administrativa e financeira. Foi criado em 1981 com o objetivo de garantir aos empregados dos Correios benefícios previdenciários complementares aos da Previdência oficial. O Postalis está entre os 15 maiores fundos de pensão do Brasil em volume de recursos administrados e é o primeiro do País em número de participantes ativos.