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Brasil A Polícia Federal apreendeu mais de 4.500 quilos de drogas nos aeroportos brasileiros no ano passado

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A cocaína foi a droga mais apreendida nos aeroportos do País em 2017. (Foto: Divulgação)

A PF (Polícia Federal) apreendeu 4.525 quilos de drogas nos aeroportos do Brasil no ano passado, o que equivale a cerca de 400 quilos por mês. O volume é quase o dobro do registrado no ano anterior, quando foram recolhidos 2.272 quilos de entorpecentes. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Entre as drogas apreendidas, a cocaína continua ocupando o primeiro lugar. Mais de 2.500 quilos dessa droga foram apreendidos nos aeroportos brasileiros no ano passado. As maiores quantidades foram encontradas em aeródromos bastante movimentados, como o de Guarulhos (SP) e os terminais do Rio de Janeiro.

Segundo o pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Ronaldo Laranjeira, o País é um dos principais mercados consumidores de cocaína. Um estudo feito pela instituição de ensino, divulgado em 2012, indica que o Brasil responde por 20% do mercado mundial de cocaína e é o segundo maior consumidor da droga e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos.

A segunda droga mais apreendida nos aeroportos foi o skunk, variação da maconha com maior concentração de THC (tetraidrocanabinol), que é uma das substâncias responsáveis pelos efeitos psíquicos. Foram retidos quase 1.000 quilos de skunk em aeroportos. O dado impressiona, já que houve um aumento de 4.373% em relação a 2016.

“O preço do skunk é muitas vezes maior do que o da chamada maconha prensada. O skunk é uma droga mais sofisticada. Mesmo na Holanda, o skunk é considerado uma droga ilícita”, afirma o diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas, Ronaldo Laranjeira.

O psiquiatra e especialista em dependência química Arthur Guerra alerta que essa droga tem como efeito crônico o prejuízo na capacidade de aprendizado e memorização. “Também pode induzir a um estado de diminuição da motivação, por vezes chegando à síndrome amotivacional, quando a pessoa não sente vontade de fazer mais nada, tudo parece ficar sem graça”, explicou.

Também houve um aumento na apreensão de drogas sintéticas. Foram 929 mil comprimidos retidos nos aeroportos no ano passado, contra 757 mil em 2016. Em 2017, o número de apreensões de ecstasy chegou a quase 500 mil comprimidos, um crescimento de 334,7% em cinco anos. Já a metanfetamina teve o pico de apreensões em 2016, quando 421.546 comprimidos foram retidos.

O aeroporto de Guarulhos, que é o mais movimentado da América do Sul, com mais de 700 pousos e decolagens diários, continua sendo o principal local das apreensões de drogas. Apenas no aeródromo, foram retidos 1.847 quilos de drogas em 2017. Manaus aparece logo atrás, com 844 quilos.

Houve ainda grandes apreensões nos aeroportos do Rio de Janeiro, de Brasília e de Campo Grande (MS). No Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, a PF apreendeu 25,4 quilos de drogas no ano passado.

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