Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de fevereiro de 2018
“Os carros são para nós como os livros são para Amazon”, disse o presidente-executivo do Uber, Dara Khosrowshahi, durante conferência do banco Goldman Sachs realizada nos Estados Unidos. Para Khosrowshahi, as ambições da empresa vão muito além de transportar pessoas em grandes cidades – segundo ele, nos próximos anos o Uber deve investir pesado em entrega de comida, carros autônomos, mas também em novas áreas, como frete e compartilhamento de bicicletas e de ônibus.
Para realizar essa meta, a empresa deve seguir tendo prejuízo nos próximos anos – segundo Khosrowshahi, o Uber poderia dar lucro se ficasse apenas restrito ao serviço de carona paga, que deu origem à empresa.
No início da semana, o Uber divulgou balanço em que mostra que seu prejuízo aumentou 61% em 2016, para US$ 4,5 bilhões. Ao mesmo tempo, a empresa registrou receita de US$ 7,5 bilhões.
Renovação
Khosrowshahi tem sido saudado como o começo de uma nova era para o Uber. “Estou tentando trazer paz ao reino”, disse o executivo, que assumiu o cargo em setembro, em substituição ao cofundador Travis Kalanick, que renunciou em junho cercado de polêmicas.
Desde que assumiu, Khosrowshahi conseguiu encerrar o polêmico caso na Justiça contra a Waymo, divisão de carros autônomos do Google, bem acalmar governantes irritados com o Uber.
O executivo também resolveu um problema ao fechar a venda de parte das ações ao grupo japonês SoftBank, que agora tem 15% da empresa. Ele também deve liderar a preparação da companhia para sua oferta inicial de ações, programada para o ano que vem.
Táxis-aéreos
Mas a empresa Uber não deixou de lado seu propósito de transportar pessoas. Continuará investindo nisso. Só que em transporte de táxi-aéreo. Em parceria com a Bell Helicopter, o novo investimento deve revolucionar o transporte de massa ao oferecer os primeiros táxis-aéreos da parceria na metade da próxima década, segundo um executivo da unidade da Textron.
“O táxi-aéreo é o próximo caminho do nosso setor e é muito importante para nós garantir que estejamos entre os revolucionários que pensam como devem ser os transportes nos próximos 10 ou 20 anos”, disse Patrick Moulay, vice-presidente-executivo para vendas de helicópteros comerciais, a Haslinda Amin, da Bloomberg Television, em entrevista na terça-feira.
“Não veremos um táxi voando amanhã, mas isto está muito mais próximo do que as pessoas pensam.”
A Uber revelou os passos iniciais de sua visão para as viagens aéreas no ano passado ao anunciar cinco empresas parceiras com especialidades variadas com o objetivo de tornar acessível e comum um meio de transporte sempre presente na ficção científica. Os testes iniciais são esperados para 2020 em Dallas e Dubai, duas cidades congestionadas de automóveis nas quais os interesses da aviação exercem grande influência.
Em países como a Indonésia e em Nova York, a tecnologia já existe, e alguns clientes usam um aplicativo para reservar helicópteros, disse Moulay. “Quanto ao táxi aéreo, acreditamos que até meados da década de 2020, ou 2025, estaremos voando, veremos as primeiras aeronaves no ar”, disse no Salão Aeronáutico de Cingapura.
Fundada em 1935 como Bell Aircraft, a empresa com sede em Fort Worth, no Texas, EUA, entregou mais de 35.000 aeronaves a clientes de todo o mundo, segundo seu website. A companhia tem plantas adicionais em Amarillo, no Texas, e em Mirabel, no Canadá.