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Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2018
A prisão de ventre é um sintoma presente na rotina de dois terços das mulheres brasileiras, independentemente da condição socioeconômica ou da região do país em que ela more. Essa é uma das conclusões de um amplo estudo da Federação Brasileira de Gastroenterologia, que recolheu depoimentos de 3029 mulheres de 9 capitais, além do Distrito Federal.
A maioria das entrevistadas relatou que os sintomas gastrointestinais como dores e inchaço no abdômen, gases e prisão de ventre afetaram a qualidade de vida de uma forma geral. As consequências reportadas se concentram especialmente no estado emocional, com variação de humor (89%), na concentração (88%) e na vida sexual (79%).
Apesar da intensidade dos desconfortos, 25% das mulheres ouvidas declara que não costuma procurar auxílio médico por não considerar os frequentes desequilíbrios decorrentes de alguma doença e 20% delas acredita que os sintomas vão desaparecer por si só. Fatores físicos, emocionais e culturais combinados ajudam a agravar as condições de manutenção da saúde intestinal entre as mulheres.
Em entrevista, o médico Érico Rolvare, especialista em Nutrição e Medicina Preventiva, tirou algumas dúvidas sobre as causas e consequências da prisão de ventre entre a população feminina e apontou soluções para manter o equilíbrio da flora intestinal e desfrutar de mais saúde e qualidade de vida.
1) Por que o intestino preso é mais frequente nas mulheres e o que pode ser feito por elas para prevenir esse quadro?
Frequentemente as mulheres costumam apresentar mais problemas de constipação intestinal pela ação hormonal ou falta, períodos da TPM (Tensão Pré-Menstrual) e menopausa. Os relatos de diminuição do hábito intestinal são mais frequentes, seja por fatores psicológicos os quais as mulheres apresentam um receio maior em usar banheiros fora de suas casas.
2) O aspecto emocional pode influenciar? De que modo?
O aspecto emocional influencia muito no funcionamento intestinal. A maioria das pessoas, quando ansiosas, acabam por apresentar uma aceleração do trânsito intestinal, ocasionando episódios diarreicos. Outras, por insegurança de usar o banheiro fora de suas casas, acabam apresentando constipação intestinal. O uso de técnicas de relaxamento, treinamento do auto controle, e em casos mais extremos a ajuda de medicamentos ajudam minimizar esse sintomas.
3) Quais são os alimentos que mais podem ajudar a prevenir quadros de prisão de ventre?
Os alimentos que mais ajudam no funcionamento intestinal saudável, são as fibras solúveis e insolúveis, presentes nas frutas, verduras, legumes e grãos. Mas para essas fibras funcionarem deve haver uma hidratação efetiva nesse organismo, portanto não adianta só ingerir as fibras sem a ingestão principalmente de água e outros líquidos.
4) Quais são os maiores riscos de se aderir a dietas da moda, mesmo aquelas que recomendam alimentos ricos em fibras? Os excessos são comuns?
As dietas da moda, seja a dieta com excesso de fibras, seja com restrição na ingestão de fibras, podem causar sérios problemas no equilíbrio da flora bacteriana intestinal. As fibras insolúveis são a fonte de alimento para a flora intestinal saudável, mas o excesso leva a um processo de fermentação exagerado e a um desequilíbrio, e a falta também.
5) Além de uma boa alimentação, qual a importância de fórmulas nutracêuticas no reequilíbrio da saúde intestinal?
O uso de nutracêuticos, como prebióticos e probióticos, ajudam muito na melhora do funcionamento intestinal, isso associado a uma dieta adequada.
6) Quais são os principais benefícios do equilíbrio nutricional para a saúde?
O equilíbrio nutricional e intestinal tem um reflexo direto no nosso físico, seja deixando melhor a nossa pele, desinflamando nosso organismo, pela maior eliminação de toxinas, seja pelo aumento na nossa imunidade, pois o nosso intestino é o principal responsável por ela, seja no nosso humor, pois o intestino produz mais de 90% da serotonina corporal, que é o nosso hormônio do bem-estar e da felicidade, e isso acaba se refletindo na aparência das pessoas.