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Brasil Um ministro do Supremo criticou o sistema partidário brasileiro dizendo ser a institucionalização da desonestidade

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Barroso acolheu pedido da PGR, que apontou que objetivo das prisões já havia sido cumprido. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso defendeu, na segunda-feira (26), uma “reforma política urgente” no Brasil, e disse que “o sistema partidário brasileiro é a institucionalização da desonestidade”. A declaração foi feita durante um seminário sobre corrupção em Vitória.

Durante a palestra, cujo tema foi “Conquistas democráticas e combate à corrupção”, o ministro citou as desigualdades e a dependência do Estado como causas e razões para a corrupção no Brasil.

“Da telefonia até o carnaval, depende de dinheiro do BNDES, da Caixa Econômica, de favor de presidente, governador. Até o capitalismo construído no Brasil é viciado em Estado. O capitalismo significa risco, competição e igualdade.

No Brasil, se pensa em capitalismo com financiamento público, reserva de mercado e desoneração”, comentou o ministro. “Isso é socialismo para ricos, e não capitalismo”, disse Barroso.

Barroso disse, ainda, que o atual sistema político alimenta a corrupção e defendeu a necessidade de uma reforma política urgente.

“Temos um modelo político em que a política se descolou da sociedade civil, que não se reconhece na representação política e a trata com indiferença, ou desprezo, o que não é bom. Portanto, essa agenda que não conseguimos avançar ainda, da reforma política, continua a ser urgente”, disse.

“O sistema partidário brasileiro é a institucionalização da desonestidade”, ressalta Barroso.

Impunidade e Lava-Jato

Barroso citou que o Brasil precisa superar a cultura da impunidade criando, assim, “um País onde valha a pena ser honesto”.

“A elite dominante brasileira criou um sistema penal que a mantém praticamente impune. A começar pela crença equivocada de que a criminalidade do colarinho branco não é grave. Pelo contrário, ela mata. […] Precisamos superar a cultura da impunidade. Não para criar um País punitivo, mas para criar um País justo, um País que pune um empresário que ganha uma licitação porque pagou propina para um administrador. Não é um Estado policial, é um Estado de justiça”, disse.

Para ele, os desdobramentos da operação Lava-Jato, que investiga políticos e grandes empresários, têm contribuído para mudar a visão da sociedade e mostrar que a lei vale para todos.

“A Lava-Jato desempenhou um papel extraordinário de conscientização no Brasil. O País parou de varrer a sujeira para debaixo do tapete”, disse.

Ao citar denúncias e condenações de políticos brasileiros, incluindo ex-presidentes da República, ex-presidentes da Câmara dos Deputados e ex-governadores e senadores, ele disse que a “fotografia do presente é devastadora”, mas que as forças de combate à corrupção podem mudar esse cenário.

“A corrupção favorece os piores, cria um País em que os espertos valem mais que os bons. Precisamos fazer com que honestos valham mais que desonestos. O Brasil já mudou. Uma semente já foi plantada”, disse.

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